“Tentadores”: os candidatos do DF que não desistem nunca

A cada quatro anos, eles entram em campanha e renovam as esperanças de conquistar, enfim, um cargo eletivo no Distrito Federal

atualizado 12/08/2018 14:33

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Arte/Metrópoles

Quem espera sempre alcança? Para algumas pessoas que sonham em se eleger e já tentaram várias vezes, 2018 traz uma nova oportunidade para a desejada vitória. Elas já figuraram nas urnas brasilienses por mais de duas vezes, conquistaram milhares de votos, mas até o momento não tiveram desempenho suficiente para garantir um cargo eletivo no Distrito Federal.

Alçado como postulante a vice-governador na chapa do governador Rodrigo Rollemberg (PSB), o engenheiro civil Eduardo Brandão (PV) é um exemplo de persistência. Ele se candidatou nas últimas três eleições e saiu derrotado em todas. Em 2006, tentou uma vaga na Câmara dos Deputados e conquistou 6.636 votos. Quatro anos depois, se lançou ao governo do DF e teve o apoio de 78.837 eleitores. Por fim, em 2014, voltou à campanha para federal e recebeu 15.121 sufrágios.


Ao Metrópoles, Eduardo Brandão declarou que seu projeto nunca foi “eleitoreiro”. “Na minha história política, a minha posição sempre foi orgânica, com pouco dinheiro”, afirmou.

Candidatos “teimosos” existem em praticamente todos os partidos. No PSol, por exemplo, o jornalista Chico Sant’Anna e o psicólogo Toninho do PSol são velhos conhecidos dos brasilienses, apesar de não terem conquistado nenhuma das vagas pretendidas até hoje.

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Toninho do PSol
Para Jorge Vianna, o Entorno tem sido esquecido pelo DF e por Goiás, o que gera sérios problemas na região
Sobrinho de ex-governador, <b>Dedé Roriz (PHS)</b> tenta, desde 2006, ser deputado
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Eduardo Brandão (PV) candidatou-se a deputado federal em 2006, a governador em 2010, e voltou a tentar uma cadeira na Câmara dos Deputados em 2014. Agora, concorre a vice-governador na chapa do atual chefe do Executivo local, Rodrigo Rollemberg (PSB)

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Toninho do PSol

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Para Jorge Vianna, o Entorno tem sido esquecido pelo DF e por Goiás, o que gera sérios problemas na região

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Sobrinho de ex-governador, Dedé Roriz (PHS) tenta, desde 2006, ser deputado

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Chico almejou o Senado em 2010, mas, na eleição seguinte, optou por disputar uma vaga na Câmara Legislativa (CLDF). Obteve 16.486 e 919 votos, respectivamente. Segundo ele, que concorre novamente a uma cadeira no Congresso Nacional, o cenário político deste ano está diferente. “O nome do senador Cristovam Buarque (PPS) já não tem a mesma atração. Além disso, o DF pode ter 17 candidatos, o que levará a uma grande pulverização dos votos”, avaliou. 

O psicólogo, por outro lado, concorre desde 2002 na capital da República. Na primeira eleição, o então “Toninho do PT” foi candidato a deputado distrital. Nos três pleitos seguintes, já no PSol, disputou o Palácio do Buriti. A votação mais expressiva foi em 2010, quando conquistou o apoio de 199.095 eleitores. Nos outros anos, teve 5.697 (2002), 55.898 (2006) e 34.689 (2014) votos.

Em 2018, a quinta vez nas urnas, ele entra na corrida eleitoral rumo à CLDF. “Estou confiante. Com pequeno tempo de propaganda política, é uma eleição na qual os candidatos conhecidos terão mais chances de se eleger”, pontuou.

Espólio
Dedé Roriz (PHS) sempre tentou colar sua imagem na do tio, o ex-governador Joaquim Roriz, sem muito sucesso. Ele busca uma vaga de deputado desde 2006, quando conseguiu 4,4 mil votos para a Câmara Federal. Nas eleições seguintes, desistiu de concorrer para apoiar a prima Liliane Roriz (Pros) e, em 2014, teve a candidatura a distrital indeferida. Agora, volta a disputar uma cadeira na CLDF.

Nessa eleição, estou bem preparado e maduro. Já sou conhecido da população e venho, há três anos, fazendo um trabalho nas cidades criadas pelo meu tio para entender quais são as reivindicações

Dedé Roriz (PHS), postulante a deputado distrital

Representante de técnicos em enfermagem, o candidato a distrital Jorge Vianna (Podemos) está confiante: “Nos últimos quatro anos, vim me preparando para as eleições de 2018. É a que vai definir a minha vida. Não penso em tentar mais vezes”. Em 2010, disputou cadeira na CLDF pelo PSC e obteve 1.401 votos. Em 2014, tentou de novo, pelo PSD, e conquistou 7.331.

Uma hora dá certo?
As sucessivas eleições podem resultar em vitória um dia, na avaliação de especialistas. Segundo o doutor em administração pública, governo e professor da Fundação Getulio Vargas do Rio de Janeiro (FGV-RJ) Sérgio Praça, tornar-se político é um projeto a longo prazo. “A chance de ser eleito na sua primeira campanha é pequena”, comentou.

Ao mostrar lealdade ao partido várias vezes, a um projeto político, a líderes específicos, pode ser que uma hora o candidato seja recompensado

Sérgio Praça, doutor em administração pública, governo e professor da FGV-RJ

A diversidade de candidatos a cargos proporcionais em um mesmo partido é uma estratégia importante para eleger os nomes mais fortes da coligação. Para o doutor em sociologia e professor do Centro Universitário de Brasília (Uniceub) Edvaldo Fernandes, o quadro de postulantes é essencial para uma legenda alcançar o quociente eleitoral necessário para conquistar uma cadeira no Legislativo.

Além disso, concorrer mais de uma vez pode ser benéfico. “O nome e as ideias que o candidato divulgou durante esse período ficam na memória do eleitor”, observou.

Para investir em repetidas candidaturas, de acordo com o doutor em ciência política e docente emérito da Universidade de Brasília (UnB) David Fleischer, esses candidatos “de sempre” precisam estar apoiados por segmentos da sociedade. “Se a pessoa for individualmente, sem apoio ou incentivo de algum grupo, vai ter de gastar o próprio dinheiro, o que é estranho”, ponderou.

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