A ONG Adote um Distrital protocolou nesta sexta-feira (24/2) um pedido de abertura de processo de cassação contra a deputada Sandra Faraj (SD) após denúncia de uso indevido de verba indenizatória. A entidade alega a falta de comprovação de pagamentos à Netpub. Segundo os proprietários da agência, que cuidava do site da parlamentar, ela recolhia os recibos, fazia o pedido de ressarcimento à Casa, mas não repassava o pagamento à empresa.
No dia 14 de fevereiro, a Adote um Distrital apresentou outro requerimento, só que destinado ao gabinete de Sandra Faraj. No documento, a ONG pediu os comprovantes do repasse à Netpub, mas, até a tarde de quinta-feira (23/2), não houve resposta. À noite, entretanto, a parlamentar informou à entidade que todas as respostas já foram entregues aos órgãos de controle da Câmara Legislativa, que cuidam da fiscalização da utilização da verba indenizatória.

A solicitação foi feita após uma série de denúncias publicadas pelo Metrópoles, que ouviu o ex-servidor Filipe Nogueira, antes lotado no gabinete da deputada, e outras testemunhas, que confirmaram as acusações.
“A Adote um Distrital considera inadmissível a postura da parlamentar que, em vez de vir a público esclarecer as alegações, ignora o apelo popular e sequer explica as denúncias de má utilização dos recursos públicos pelo seu gabinete”, afirma a nota divulgada pela ONG.
Mesa
A Mesa Diretora da Câmara Legislativa se reunirá após o carnaval para analisar o pedido de investigação contra a deputada. A reunião está marcada para a próxima quinta-feira (2), quando o material será enviado para a análise técnica da Procuradoria-Geral da Casa.
A expectativa é de que a Mesa se reúna novamente no dia 6 ou 7 de março para definir se a matéria será analisada pela Corregedoria, comandada pelo deputado Juarezão (PSB).
Posteriormente, se aceita pelo corregedor, a denúncia poderá ser enviada para a Comissão de Ética e Decoro Parlamentar, que decide se a denúncia vai ou não ao plenário para o processo de cassação de mandato.
Denúncias
Sandra Faraj foi alvo de outras denúncias nas últimas semanas. Além da malversação da verba indenizatória, ex-servidores dizem que a parlamentar cobra dízimo de 30% para os fiéis com cargos indicados por ela na estrutura do Legislativo e do Executivo. O dinheiro iria para a igreja Comunidade Cristã Ministério da Fé, comandada por seu irmão e tutor, Fadi Faraj,
Também por meio de mensagens de WhatsApp, às quais o Metrópoles teve acesso, outro grupo nomeado na cota da parlamentar na Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejus) foi convocado para trabalhar durante um sábado no projeto de Sandra, denominado “Sim para a Família”. A distrital tem cerca de 400 cargos nomeados dentro da Câmara Legislativa, na Sejus e na Administração Regional de Taguatinga.
Grávida de dois meses, Sandra está de licença médica da CLDF até o dia 27.