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Águas Claras: filho controlava salário da mãe morta em incêndio

De acordo com o Portal da Transparência, apenas em novembro do ano passado, a pensão de Zely Alves Curvo, 94 anos, ultrapassou os R$ 20 mil

atualizado 04/06/2024 6:45

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idosa e homem sorrindo Reprodução

Enquanto investigadores da 21ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Sul) aguardam os laudos de local e necropsia da idosa Zely Alves Curvo, 94 anos, morta durante o incêndio ocorrido, na última sexta-feira (31/5), em um dos apartamentos do Edifício Monet, em Águas Claras, parentes próximos da vítima serão ouvidos em depoimento. A principal oitiva será a do ex-médico Lauro Estevão Vaz Curvo .

Atualmente, nenhuma linha de investigação é descartada pela polícia acerca da morte da idosa, que era viúva do general de brigada Vaz Curvo, falecido em 1993. Lauro já havia sido investigado e preso pela PCDF, em maio do ano passado, por abandono de incapaz, após se recusar a buscar a mãe, que foi internada no Hospital Militar de Brasília (Hmab). A idosa tinha recebido alta do Hmab havia 30 dias, mas nenhum parente teria aparecido para buscá-la.

O ex-médico teve o CRM cassado em maio de 2021 e, logo depois, teria se dedicado a cuidar da mãe, dona de uma pensão de R$ 12 mil. O valor passou a ser gerido pelo filho, que não tinha mais fonte de renda. Após perder a autorização para clinicar e sofrer a condenação na Justiça por crime sexual, Lauro conseguiu, apenas, aposentadoria de R$ 2.555 pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).

Veja imagem da idosa e do ex-médico, em 2021:

homem e idosa em elevador

 

Gastos excessivos

Em um processo judicial de curatela que corre na 1ª Vara de Família e de Órfãos e Sucessões de Águas Claras, o Ministério Público se manifestou contrário a um pedido do filho da idosa para que fosse revista a curatela. Os promotores defenderam, em 24 de maio deste ano, que o ex-médico “não tem aptidão” para cuidar da idosa.

Ainda no processo, chama a atenção alguns documentos anexos, como um extrato recente de cartão de crédito em nome do ex-médico. O valor de R$ 7 mil não tem a individualização de cada uma das compras feitas pelo filho da idosa. A quantia foi pedida por Lauro como forma de ressarcimento com supostos gastos com a mãe.

De acordo com o Portal da Transparência, apenas em novembro do ano passado, a pensão recebida pela idosa ultrapassou os R$ 20 mil.

Defesa

No processo, o ex-médico justificou ao juízo que usava o salário da idosa para administrar as despesas dela e da casa. O aluguel e o condomínio do imóvel consumiam R$ 5 mil mensais, segundo ele. Ainda havia despesas de contas básicas de água, energia e internet, consumindo cerca de R$ 600, bem como o pagamento de uma faxineira.

A alimentação da idosa, de acordo com depoimento do filho, era composta por uma dieta especial, com custo mensal de R$ 2,3 mil, entre dieta enteral e equipamentos necessários. Ainda havia custos com medicações e fraldas geriátricas, totalizando mais de R$ 1 mil por mês; plano de saúde (R$ 3 mil mensais) e cuidadora (R$ 3 mil mensais) – cerca de R$ 220 a diária.

A coluna não localizou Lauro Estevão Vaz Curvo. O espaço segue aberto.

Socorro e combate às chamas

No último dia 31/5, o Corpo de Bombeiros do DF  (CBMDF) verificou que havia muita fumaça e as chamas ainda eram visíveis no apartamento da idosa, em Águas Claras. O incêndio foi controlado, ficando restrito ao quarto.

A ação rápida evitou que houvesse a propagação das chamas para todo o apartamento e atingisse unidades vizinhas. No interior da edificação, foi encontrado o corpo carbonizado da senhora.

Vejas as imagens:

Investigação

Devido às chamas, dois andares do condomínio tiveram de ser evacuados. Além disso, durante a atuação dos bombeiros, animais de estimação precisaram ser retirados.

A perícia de incêndio do CBMDF foi acionada para apontar as causas. O caso é investigado pela 21ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Sul). Nenhum dos dois filhos de Zely são tratados como suspeitos até o momento. Eles devem ser ouvidos pela corporação nos próximos dias.

Até o momento, a polícia informou que “não foi possível concluir se o incêndio ocorreu de forma criminosa ou não”.

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