O motorista de aplicativo acusado de agredir a bancária Geraldina Lúcia de Oliveira Araújo, 29 anos, já foi denunciado anteriormente por violência contra a mulher, injúria, lesão corporal e dano. O homem é Gleidston Nunes Mota, de 38 anos.
Ex-motorista da empresa Uber, Gleidston é suspeito de bater na passageira no sábado (5/12), em Águas Claras, após uma discordância por balões que ela queria levar dentro do carro. O caso é investigado pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).
Entre os registros contra Gleidston anteriores na polícia, aos quais o Metrópoles teve acesso, há um pedido de medida protetiva feito por uma ex-companheira do motorista. Essa e as outras denúncias, porém, foram arquivadas pela Justiça após as vítimas desistirem de prosseguir com os processos.
Em 26 de dezembro de 2012, a ex-companheira de Gleidston o denunciou à PCDF, relatando ter sido vítima de injúria, em uma residência em Ceilândia. O caso foi enquadrado na Lei Maria da Penha.
Conforme consta no Boletim de Ocorrência, o casal tinha um filho pequeno à época, mas se separou quando o homem soube que ela estava grávida novamente. Naquele Natal, a criança teria passado o feriado com o pai. Quando ele encontrou a mulher para devolver o filho, iniciou uma discussão com ela, “de modo agressivo”, colocando o dedo em seu rosto e gritando.
Aos investigadores, a suposta vítima informara que não era a primeira vez que ele a agredia verbalmente. Na ocasião, a mulher assinou um termo de requerimento de medidas protetivas, as quais foram encaminhadas ao Judiciário. O Metrópoles tenta acesso ao processo no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) para obter informações sobre o prosseguimento do caso na esfera judicial.
Briga de trânsito
Outra denúncia contra ele é por “lesão corporal” e “dano”. O caso ocorreu em 17 de fevereiro de 2014. Na manhã daquela data, na Colônia Agrícola Samambaia, Gleidston se envolveu em uma briga de trânsito.
Conforme consta no registro policial, o homem que o denunciou disse que a briga começou após ele ultrapassar o carro de Gleidston, passar em uma poça d’água e molhar o veículo do acusado. Em seguida, Gleidston acelerou, entrou na frente do veículo e parou o carro. Ao descer, o suposto autor iniciou as agressões físicas e verbais.
Na versão do denunciante, o motorista deu socos e chutes nele, além de ter proferido xingamentos: “O que você tá olhando, seu filho da puta, desgraçado, safado?”.
Às autoridades, Gleidston admitiu que conduzia o carro da esposa naquela data. Disse que saía de casa quando o outro carro passou em alta velocidade ao seu lado e jogou lama dentro do veículo.
Segundo o boletim, Gleidston disse que “ficou irado e o perseguiu”, mas que foi xingado após a ultrapassagem e devolveu a ofensa. Os dois, em seguida, teriam descido do carro e entrado em luta corporal. No entanto, testemunhas relataram à polícia que a suposta vítima não desceu do carro nem revidou as agressões.
A denúncia chegou ao TJDFT em abril daquele ano. Contudo, segundo as informações do processo, “a vítima manifestou desinteresse na persecução penal” e, portanto, o caso foi arquivado.
Gleidston respondeu ainda a pelo menos outros dois processos por lesão corporal e violência doméstica, segundo consta no TJDFT. Contudo, os processos também foram arquivados “por falta de condição de procedibilidade”.
O que diz o acusado
Procurado, o ex-motorista de aplicativo disse ao Metrópoles nessa segunda-feira (7/12), que “isso foram coisas que aconteceram há 10 anos e ninguém conseguiu provar nada”.
“Elas [as vítimas] não tinham como provar nada. Você pode falar qualquer coisa, mas tem que provar”, defendeu-se. Ele não quis comentar detalhes dos casos.
Veja vídeos do caso:
https://www.youtube.com/watch?v=pKpMTQG7nGE&feature=youtu.be
https://www.youtube.com/watch?v=r8RtTCzsPAQ&feature=youtu.be