Ibama multa, em R$ 61 mil, estudante de veterinária picado por Naja

Mãe e padrasto do universitário também foram penalizados, em R$ 8,5 mil cada. Eles prestaram depoimento na 14ª DP nessa quinta-feira (16/7)

atualizado 17/07/2020 6:22

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Caso Naja de Brasília -   Pedro Henrique Santos Krambeck Lehmkul Reprodução

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) multou em R$ 61 mil o estudante de medicina veterinária Pedro Krambeck (foto em destaque), 22 anos, acusado de criar animais exóticos, incluindo uma Naja, sem autorização.

A mãe e o padrasto do estudante também foram penalizados, em R$ 8,5 mil cada. O casal esteve, nessa quinta-feira (16/7), na 14ª Delegacia de Polícia (Gama), onde prestou depoimento à Polícia Civil do DF (PCDF). Eles saíram sem falar com a imprensa.

Kambreck é acusado de dificultar a ação dos fiscais, maus-tratos e manter animais nativos e exóticos sem autorização. A mãe Rose Meire dos Santos Lehmkuhl e o padrasto, o coronel da Polícia Militar do DF (PMDF) Eduardo Condi, por sua vez, foram penalizados por terem dificultado a ação de resgate.

Segundo o Ibama, também foram multados: o proprietário da chácara onde encontraram 17 serpentes (no valor de R$ 68 mil) e Gabriel Ribeiro, amigo de Pedro, que teria o ajudado a esconder as serpentes (em R$ 61 mil).

Conforme revelou o Metrópoles, o padrasto de Pedro foi alvo da segunda fase da Operação Snake, deflagrada nas primeiras horas de quinta-feira (16/7).

O coronel Eduardo Condi é suspeito de ajudar Pedro a ocultar provas em investigação sobre tráfico de animais, após o estudante ser picado pela Naja que criava em casa, no Guará.

O oficial da PMDF foi visto saindo do prédio em que a família mora, no Guará, carregando as caixas com os animais. A movimentação foi flagrada logo após Pedro ter sido atacado pela cobra. Câmeras de segurança teriam filmado a ação. Questionada sobre as imagens capturadas pelo condomínio no qual a família mora, a 14ª DP afirmou que só vai se manifestar após a conclusão das diligências.

Veja fotos da mãe de Pedro e do advogado da família deixando a 14ª DP:

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Advogado da família acompanhou depoimento dos pais de Pedro Henrique
Mãe do universitário picado por Naja deixa a 14ª DP, no Gama
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De rosa, mãe de Pedro prestou depoimento e deixou delegacia sem falar com a imprensa

Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Advogado da família acompanhou depoimento dos pais de Pedro Henrique

Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Mãe do universitário picado por Naja deixa a 14ª DP, no Gama

Rafaela Felicciano/Metrópoles

 

A Corregedoria da PMDF acompanhou a ação da Polícia Civil. O celular do militar foi apreendido. Condi é irmão do subcomandante-geral da corporação, Claudio Fernando Condi. O oficial foi nomeado para ocupar o cargo em junho deste ano.

Procurada pela reportagem, a PM afirmou que não há investigação interna contra o policial, “uma vez que o que se tem de fato, até o momento, é o suposto crime cometido por um enteado de um policial militar”, segundo a nota. A corporação confirma que participou da operação, mas acrescenta que aguarda as apurações conduzidas pela Polícia Civil para avaliar se há indício de crime militar.

Operação

Além de Pedro e do policial, Gabriel Ribeiro e o videomaker Nelson Júnior Soares Vasconcelos também foram alvo da operação deflagrada nessa quinta. Ambos também foram conduzidos à DP.

Policiais cumpriram, ao todo, quatro mandados de busca e apreensão na manhã desta quinta nas regiões do Guará, Gama e Riacho Fundo. Foram apreendidos diversos documentos, celulares, medicamentos de uso veterinário, mais uma serpente, conhecida como Corn Snake (Cobra do milho), e vários itens usados na criação ilegal de animais silvestres e exóticos.

A Corn Snake tem origem americana. É usada em exposições e como alimento para outras cobras. A serpente não é peçonhenta, mas, no Brasil, não pode ser criada em casa. Dono do animal, o estudante de medicina veterinária Nelson Júnior Soares Vasconcelos disse, após prestar depoimento, que ganhou a cobra de presente.

Com mais essa serpente, são 18 espécies apreendidas e que estão ligadas aos investigados.

Veja imagens: 

Na segunda-feira (13/7), peritos criminais da Seção de Engenharia Legal e Meio Ambiente da Polícia Civil do DF (PCDF) estiveram no Jardim Zoológico de Brasília para fazer uma análise nas cobras e serpentes que pertenciam a Pedro Henrique. Até o momento, 16 animais apreendidos passaram por perícia.

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O rapaz chegou a ficar em coma após a picada da serpente
Cobra apreendida na segunda fase da operação policial
Policiais e fiscais do Ibama cumpriram busca e apreensão na casa do estudante de veterinária
PCDF deflagrou operação
Operação Snake
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O estudante de veterinária foi picado pela Naja que criava ilegamente

Foto: Reprodução
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O rapaz chegou a ficar em coma após a picada da serpente

Reprodução
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Cobra apreendida na segunda fase da operação policial

PCDF/Divulgação
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Policiais e fiscais do Ibama cumpriram busca e apreensão na casa do estudante de veterinária

PCDF/Divulgação
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PCDF deflagrou operação

PCDF/Divulgação
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Operação Snake

PCDF/Divulgação
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Buscas foram feitas no Guará, Gama e Riacho Fundo

PCDF/Divulgação
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Cobra apreendida durante operação da PCDF

Material cedido ao Metrópoles

 

Segundo a PCDF, a identificação das espécies é importante para determinar a origem e um eventual tráfico de animais. Nesse sentido, as condições de saúde dos animais podem ajudar na comprovação dos crimes.

Veja fotos da Naja que picou Pedro Krambeck:

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Ela costuma viver em regiões da África e da Ásia
A Naja não é uma cobra típica do Brasil
Zoológico de Brasília fez ensaio fotográfico com cobra que picou estudante
Brasil não tem soro para o animal
A serpente não é natural de nenhum habitat brasileiro
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No Brasil, não há Najas, logo, o soro que combate o veneno desse tipo de serpente é raro

Material Cedido ao Metrópoles
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Ela costuma viver em regiões da África e da Ásia

Material Cedido ao Metrópoles
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A Naja não é uma cobra típica do Brasil

Foto: Reprodução
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Zoológico de Brasília fez ensaio fotográfico com cobra que picou estudante

Ivan Mattos/Zoológico de Brasília/Reprodução
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Brasil não tem soro para o animal

Ivan Mattos/Zoológico de Brasília/Reprodução
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A serpente não é natural de nenhum habitat brasileiro

Ivan Mattos/Zoológico de Brasília/Reprodução
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Ivan Mattos/ Zoológico de Brasília
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A Naja foi transferida para o Butantan, em SP

Ivan Mattos/Zoológico de Brasília/Reprodução
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Naja no Zoo

Ivan Mattos/ Zoológico de Brasília
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No Zoo de Brasília, serpente ganhou espaço próprio para sua espécie

Ivan Mattos/Zoológico de Brasília/Reprodução
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Ivan Mattos/ Zoológico de Brasília

 

Alta

Pedro Henrique Krambeck foi picado pela Naja no último dia 7, chegou a ficar em coma, mas recebeu alta do Hospital Maria Auxiliadora, no Gama, na manhã de segunda-feira (13/7). Está em casa, no Guará. Deve prestar depoimento nesta sexta-feira (17/7).

A família de Pedro importou dos Estados Unidos doses de soro antiofídico. A busca pelo antídoto — tão raro no Brasil quanto a presença desse tipo de serpente — mobilizou especialistas. As únicas doses disponíveis no país estavam no Instituto Butantan, em São Paulo, que enviou ao DF todo o estoque disponível para que fosse usado no tratamento do estudante.

Confira vídeo da saída do carro com o universitário do hospital:

Veja vídeo da Naja:

 

Confira outras imagens: 

11 imagens
Vistoria em cobras e serpentes
Todos os itens apreendidos foram entregues à Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Corpatri), no complexo da Polícia Civil do DF
Em 2020, o estudante de veterinária Pedro Henrique Lehmkul foi picado por uma naja criada por ele no DF
Ela costuma viver em regiões da África e da Ásia
No Brasil, não há Najas, logo, o soro que combate o veneno desse tipo de serpente é raro
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Vistoria em cobras e serpentes

PCDF/Divulgação
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Vistoria em cobras e serpentes

PCDF/Divulgação
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Todos os itens apreendidos foram entregues à Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Corpatri), no complexo da Polícia Civil do DF

Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Em 2020, o estudante de veterinária Pedro Henrique Lehmkul foi picado por uma naja criada por ele no DF

Material Cedido ao Metrópoles
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Ela costuma viver em regiões da África e da Ásia

Material Cedido ao Metrópoles
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No Brasil, não há Najas, logo, o soro que combate o veneno desse tipo de serpente é raro

Material Cedido ao Metrópoles
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Após as primeiras buscas, a Naja não foi encontrada

Material Cedido ao Metrópoles
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A Naja é uma das cobras mais venenosas do mundo

Material Cedido ao Metrópoles
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Carro do Ibama em frente ao edifício: padrasto do estudante picado não teria colaborado com autoridades

Carlos Carone/Metrópoles
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Movimentação em prédio no Guará: vizinhos temiam que a cobra invadisse outros apartamentos pela tubulação

Carlos Carone/Metrópoles
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Policiais da 14ª DP e agentes do Ibama foram ao endereço ligado ao estudante picado por Naja para tentar capturar a serpente

Carlos Carone/Metrópoles

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