Em nova homenagem a Louise, grupos feministas cobram debate sobre segurança da mulher. Veja vídeo

Os pais da estudante, colegas e professores participaram de um emocionado ato simbólico pela paz na manhã desta segunda (14/3) no Instituto de Biologia, onde a jovem estudava e foi assassinada. À tarde, uma novo ato foi promovido no Teatro de Arena

atualizado 14/03/2016 17:14

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Daniel Ferreira/Metrópoles

Cerca de 300 pessoas reúnem-se, na tarde desta segunda-feira (14/3), no Teatro de Arena da Universidade de Brasília (UnB), em homenagem à aluna Louise Ribeiro, 20 anos, morta em um laboratório da instituição na última quinta-feira (10). A jovem foi assassinada com requintes de crueldade pelo colega de curso Vinícius Neres, 19, porque não aceitou namorá-lo.

Durante a solenidade, o reitor Ivan Camargo reafirmou as declarações feitas em outra cerimônia, pela manhã, de adotar medidas para reforçar a segurança no campus. “Buscaremos reformas na iluminação e o aumento nas rondas, principalmente à noite. Mas não deixaremos que a liberdade dos estudantes seja afetada.”

Representante do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Sofia Ludovice fez questão de ressaltar as violências sofridas pelas mulheres. “Esse não é um mal de uma pessoa. É um mal de nossa sociedade. O machismo nos diminui, nos agride e nos mata”, afirmou, sob aplausos.

A secretária da Segurança Pública e da Paz Social, Márcia de Alencar, também discursou sobre o caso. “Nossos corpos não podem mais ser objetificados. Somos expressão da liberdade e não toleraremos tal violência. As mulheres terão o apoio do braço firme e duro do Estado nessa luta por mudança.”

O tema foi o enfoque dos discursos. A diretora do Instituto médico Legal (IML), Cintia Nascimento comentou a importância da luta cotidiana contra esse tipo de situação. “É preciso olhar para dentro de casa. A maior parte dos casos acontece no lar. Portanto a mudança deve começar daí. Que a morte de Louise leve a uma reflexão diária de nossos atos”.

Integrante da ONU Mulheres Joana Chagas trouxe dados alarmantes sobre a violência de gênero. “O caso de Louise, infelizmente, não é isolado. No Brasil, 15 mulheres são assassinadas por dia. Somente com igualdade esse problema poderá ser combatido”. A deputada federal Erika Kokay (PT-DF) destacou a importância do debate do tema no ambiente acadêmico. “A violência contra a mulher tem de ser pauta central na universidade. Não podemos deixar mais que 500 mil estupros aconteçam nesse país todo ano”, aponta.

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Cultura de paz
Pela manhã, o reitor já havia prometido intensificar a segurança. “Vamos tomar as medidas para evitar tragédias como essa. Traremos também discussões sobre a violência contra mulher para ressaltar a cultura de paz”, reforçou o reitor. Camargo disse ainda que a liberdade não pode ser afetada, e que estudantes devem ter autonomia para acesso a laboratórios e pesquisas. Após a morte de Louise, alunos e o pai da estudante criticaram a falta de segurança na instituição. Segundo depoimento de Vinícius, a universitária chegou a gritar no laboratório onde foi morta e ninguém ouviu.

Vestidos de branco e com rosas da mesma cor na mão, os colegas de Louise participaram do ato, que começou por volta das 10h, no Instituto de Biologia. A universidade decretou três dias de luto, mas as aulas ocorrerão normalmente, sendo os estudantes liberados para as homenagens a Louise.

 

João Gabriel Amador/Metrópoles
Pai de Louise falou sobre o amor da jovem pela universidade

 

Os pais e irmãs da jovem também estiveram no evento. “Ela realizou um sonho ao estudar aqui (na UnB). Sempre falava bem de professores e colegas. Ela amava a universidade”, disse o pai dela, que também reiterou o respeito à vontade do próximo. “É preciso entender que não é não. Até tentei falar com o Vinicius sobre isso. Mas não deu”, completou o tenente do Exército Ronald Ribeiro.

A amiga Bruna Lisboa falou sobre a amizade com Louise: “Era uma ótima amiga, sempre alegre e prestativa. A lembrança dela será sempre usada como força para fazermos o melhor em nossas vidas”.

João Gabriel Amador/Metrópoles

 

Um ipê foi plantado em homenagem a Louise. A mãe da jovem, Sandra, regou a muda (foto). As pessoas que acompanhavam o momento se emocionaram e, abraçadas, choravam. Além disso, foi criada uma conta de email – [email protected] – para sugestões e comentários que possam contribuir com a paz na universidade.

Professores do Instituto de Biologia também participaram do ato e prestaram homenagem tocando canções como Coração de Estudante. Veja vídeo:

https://youtu.be/IyvTUhKnd9Y

 

Outras homenagens
A segunda homenagem está prevista para começar às 15h30 desta segunda, no teatro de arena do campus Darcy Ribeiro. Organizado pela UnB, o ato contra a violência convoca toda a comunidade para prestar uma última homenagem à Louise, além de integrantes da administração, docentes da universidade e representantes da ONU Mulheres Brasil.

Antes, às 12h, no Ceubinho, o projeto Semana das Mulheres – UnB organiza uma roda de conversa sobre feminicídio na entrada do ICC Norte (Ceubinho). O debate envolverá questões sobre a cultura machista brasileira que, a cada uma hora e meia, mata uma mulher vítima de violência masculina (dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Na ocasião, as participantes também vão lembrar o caso de Jane Carla, jovem de 20 anos assassinada pelo ex-namorado no sábado (12), em Samambaia.

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