Coronavírus matou mais no DF do que acidentes, diabetes e pneumonia

Recorte feito no período de 2 meses aponta que somente câncer e doenças de coração causaram mais óbitos na capital do país do que a Covid-19

atualizado 06/06/2020 13:31

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Enterro de vítima do coronavírus HUGO BARRETO/METRÓPOLES

O número de mortes em decorrência do coronavírus no Distrito Federal já ultrapassa os óbitos por doenças crônicas. Enquanto a Covid-19 tirou a vida de 177 pessoas entre os dias 1 de abril e 1 de junho, doenças como a diabetes, problemas no aparelho respiratório e até acidentes de transporte terrestre têm ocorrências inferiores às do novo vírus.

No mesmo período analisado, dois meses, a diabetes mellitus matou 46 brasilienses. Ou seja, o coronavírus causou 284% mais óbitos do que a comorbidade, resultante da produção insuficiente ou má absorção de insulina, hormônio que regula a glicose no sangue. As doenças respiratórias, como asma, também tiram a vida de menos brasilienses: foram 127 no período. Pneumonias mataram 16 pessoas e acidentes por transporte terrestre, 12.

Somente câncer e doenças de coração resultaram em mais mortes do que a Covid-19, sendo 261 e 239 falecimentos dessas causas, respectivamente. Apesar disso, a quantidade de óbitos decorrentes do coronavírus no período, somente na capital, é bem próximo dos resultantes de problemas cardiovasculares, a principal causa de mortes no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

A nova doença, descoberta no fim se dezembro de 2019 na China e que teve o primeiro infectado no Distrito Federal em 5 de março deste ano, tem feito tantas vítimas devido ao seu perfil desconhecido e à falta de estrutura para atendimento dos doentes.

“A infecção por Covid-19 varia [acelera/desacelera] de acordo com o comportamento da população em relação ao isolamento e ao distanciamento social. Quanto mais ocorrências confirmadas, maior probabilidade de casos graves”, ressalta a infectologista Ana Helena Germoglio.

Até a noite de sexta-feira (05/06), o DF tinha 14.208 casos confirmados da doença. Isso representa 3.698 casos de Covid-19 a mais do que no dia 1 de junho, data-base de comparação dos números para a realização desta reportagem.

As mortes também cresceram do dia 1 para o dia 5: passaram de 173 para 186. “Os casos graves são cerca de 20% dos casos totais. Se o número de casos totais aumenta, o número de ocorrências graves aumenta também. Logo, a maior probabilidade de óbitos e a quantidade maior do que outras doenças, já crônicas, que existiam na sociedade”, completou a especialista.

Para Ana Helena Germoglio, com a abertura do comércio e dos shoppings, em duas semanas, a contar do dia 27 de maio, os casos de novos infectados vão explodir.

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Ministério da Saúde atrasa divulgação dos dados do coronavírus no Brasil
Há 20 leitos disponíveis no Hospital de Base
No DF, há 232 leitos de UTI destinados aos pacientes de Covid-19
No Hospital Regional de Santa Maria, há 385 leitos ativos e 26 bloqueados
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Coronavírus no DF

Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Ministério da Saúde atrasa divulgação dos dados do coronavírus no Brasil

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Há 20 leitos disponíveis no Hospital de Base

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No DF, há 232 leitos de UTI destinados aos pacientes de Covid-19

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No Hospital Regional de Santa Maria, há 385 leitos ativos e 26 bloqueados

Reprodução
Leitos

De acordo com dados divulgados pela Secretaria de Saúde, a ocupação dos leitos de unidades de tratamento intensivo (UTIs) reservados aos infectados pelo novo coronavírus chegou a 59,88%. Isso significa dizer que dos 526 disponíveis nas redes pública e privada do Distrito Federal, 315 estão ocupados.

Enquanto vacinas e tratamentos são testados, a maneira mais eficaz de evitar o coronavírus, até o momento, é o distanciamento social. Porém, em 23 de maio, quando a rede pública tinha ocupação de 36,7%, ficou decido pelo retorno do comércio, de lojas de ruas e dos shoppings, que estavam fechados desde março.

Mesmo calculando o nível de ocupação com as redes separadas, é preciso começar a acender o sinal amarelo para a situação. No caso dos hospitais públicos, dos 322 leitos disponíveis, 165 têm um paciente com a Covid-19, ou seja, 51,24%. A situação dos hospitais privados é bem mais alarmante. São 150 unidades com vítimas em estado grave em um total de 204 – 77,45% de ocupação.

Ainda existem mais leitos de UTIs reservados para pacientes com outras comorbidades no DF. Entretanto, a situação não fica melhor. Nas redes pública e particular, há 890 unidades para as demais doenças, mas 649 estão ocupadas, ou seja, 72,92%. No caso dos hospitais públicos, essa ocupação chega a 84,96%, enquanto nos privados ela alcança 73,69%.

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