Querido por familiares, amigos e vizinhos, o motorista de transporte escolar Adriano de Jesus Gomes, 50 anos, assassinado na manhã da última quinta-feira (6/2) pelo vizinho Francisco Evaldo Moura, foi descrito como uma pessoa incrível, prestativa e um ser humano ímpar. Além de admirado pela personalidade que tinha, o “tio” Adriano era estimado pelo talento musical.
Cantor, violinista e guitarrista, o motorista fazia parte da equipe de louvor da Capela Santa Luzia, em Vicente Pires, e da paróquia Imaculada Conceição de Maria, no Setor de Mansões de Taguatinga. Talentoso, inspirou o afilhado Caio Ferreira Gomes, 29 anos, a seguir carreira como cantor.
“O Adriano era uma pessoa incrível, calma e tranquila. Tanto que trabalhava com crianças. Estamos todos em luto. Ele também sempre foi uma pessoa da igreja, que tocava lá, e quem me inseriu na área musical, inclusive. Ele sempre foi um ser humano ímpar. Se isso aconteceu com uma pessoa tão boa, que mundo é este em que estamos vivendo?”, desabafou Caio.
No perfil profissional do motorista de van escolar, amigos ressaltaram que “o Tio Adriano” era “um amor de pessoa”. Uma outra conhecida afirmou: “Que Deus conforte o coração de todos familiares”. Além de manifestar os sentimentos aos parentes da vítima, um perfil apontou que o homem irá fazer falta.
Adriano foi assassinado após discussão por causa de um espaço ao redor de uma praça pública, no Conjunto 20 da Quadra 408 de Samambaia Norte, no Distrito Federal.
Francisco teria ido à casa de Adriano e iniciado uma discussão após ver o carro de um dos filhos do motorista estacionado em uma área pública. Moradores da quadra disseram que o empresário acreditava ser dono desse espaço.
“Perdemos uma pessoa muito boa”
Moradora do imóvel ao lado da casa da vítima, Thaís Lima, 42, comentou que o mundo perdeu alguém excepcional.
“O Adriano sempre foi tranquilo, calmo, divertido e muito prestativo. Bom pai, bom esposo… Eu me emociono só de falar”, afirmou. “Perdemos uma pessoa muito boa. Oro para Deus confortar o coração da família dele neste momento.”
O assassinato
Francisco sacou uma arma que portava na cintura durante discussão com Adriano. Ele, então, disparou contra o motorista e um dos filhos da vítima, Gabriel Ferreira, 20. Pouco depois, deixou o local em um Chevrolet Ônix prata.
Quando o Corpo de Bombeiros Militar (CBMDF) chegou ao endereço, encontrou Adriano morto, com perfurações no pescoço e no tórax. A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) foi acionada para o local do homicídio, e o caso é investigado pela 26ª Delegacia de Polícia (Samambaia Norte).
A desavença entre os vizinhos era antiga, segundo relatos. Principalmente devido ao local em que Adriano deixava estacionado o ônibus escolar do qual era dono. Em uma ocasião anterior, Francisco ainda teria brigado com a esposa da vítima enquanto ela lavava a área da própria residência.
Ao Metrópoles uma vizinha que não quis se identificar contou que o empresário costumava gritar para que ela parasse de limpar a área, pois ele não queria água com sabão em frente à casa dele.
