Quando se fala em cristianismo, algumas pessoas mais conservadoras tendem a enxergar o tema sexualidade como algo imoral. Existe, inclusive, a crença de que a relação sexual dentro do casamento deveria existir apenas para a procriação. Essa mentalidade, de acordo com o pastor Osiel Gomes, é “antibíblica” e vai contra a intenção de Deus para o homem e a mulher dentro do casamento.
Osiel é teólogo e pastor presidente da Igreja Evangélica Assembleia de Deus Tirirical, em São Luís, no Maranhão, e autor do livro O melhor do sexo. Na obra, ele apresenta o ponto de vista de que os casais não deveriam se privar do prazer e dos desejos dentro da vida a dois.
“É certo que a Bíblia condena atos sexuais praticados em desacordo com as normas bíblicas, mas em momento algum o prazer é visto pelo Senhor como anormal ou imoral. A intenção de Deus para o homem e a mulher é a felicidade na vida conjugal, de modo que a própria palavra de Deus não proíbe e não dá nenhuma colocação de que a realização e a fantasia, dentro da vida conjugal legalizada pelo matrimônio, sejam condenáveis”, elucida o religioso em entrevista à Pouca Vergonha.
Segundo Osiel, a ideia de alguns cristãos de que a sexualidade, por si só, seja algo “sujo”, “imoral” ou “errado” não vem do texto bíblico, mas sim de crenças mal estruturadas a partir de opiniões pessoais de alguns teólogos e pensadores que, muitas vezes, vendiam a abstinência e transformação de mulheres casadas em “Marias”, enxergando-as apenas como santidades — e salientando que o sexo teria apenas a finalidade de procriação.
“O amor de um homem e uma mulher, numa paixão à luz da palavra, vivendo na harmonia, na comunhão, no respeito mútuo, é totalmente admitido pela Bíblia. Quando nós vemos, por exemplo, Provérbios capítulo 5, versículo 18, o texto é bem claro: ‘Saciem-te os teus seios em todo o tempo; e embriaga-te sempre com as suas carícias’. Quando um homem se joga nos braços de sua mulher e vice-versa, eles podem viver o melhor da vida sexual a dois sem qualquer temor, porque Deus deseja a felicidade dois dois no matrimônio”, explica.
Contudo, o pastor alerta: o entendimento de que o sexo é para o prazer e não só para a reprodução não deve ser confundido com a crença de que isso daria espaço para “libertinagem”.
“Em Levítico 18, o texto bíblico traz todo o tipo de sexo que não é permitido. Entendemos que o sexo cristão não é praticado com o mesmo contexto do sexo mundano, sem pudor, respeito ou valorização da outra pessoa”, finaliza.
