“Tcheca com tcheca balança essa perereca…”. Quem conhece a música sabe: como Danny Bond, dar o tal “close de tcheca” não é nada fácil. Afinal, tem que cuidar direitinho dela (e nem todo mundo faz). A vagina é uma das regiões mais sensíveis do corpo feminino, por isso, dispensar a atenção adequada é essencial para a saúde e bem-estar das mulheres.
Entretanto, nem tudo o que parece inofensivo é realmente benéfico para a pepeca: ou seja, pode trazer consequências para sua saúde íntima a curto ou longo prazo. O Metrópoles conversou com a ginecologista Luísa Feltrin para saber quais os erros mais comuns na hora de cuidar da “preciosa”.
Confira:
Não fazer xixi após o sexo
Uma prática simples que faz diferença para a saúde íntima é urinar após o sexo (incluindo masturbação). Quando isso não acontece, a mulher fica mais propensa ao risco de contrair cistite.
“Esse problema é mais comum em mulheres devido à anatomia. Nossa uretra é muito mais curta em comparação com os homens, então, é mais fácil para entrada e proliferação de bactérias que podem causar irritação e infecção. É comum termos um surto de cistite pós-sexo, pois durante a relação sexual com penetração as bactérias podem ser empurradas para a bexiga e desencadear uma infecção do trato urinário”, explica a expert.
Outra condição que pode ocasionar infecções, como a vaginose bacteriana, é passar do sexo anal direto para o vaginal sem a devida higienização.
Higienização incorreta
Falando nela… Exagerar na higienização e utilizar produtos perfumados ou inadequados também pode ser prejudicial, pois a lavagem vaginal incorreta é capaz de alterar o pH da região íntima e resultar em infecções, como a vaginose bacteriana.
“Primeiramente, é importante ressaltar que a vagina é autolimpante. A ducha vaginal não é recomendada, pois isso pode eliminar as bactérias boas da região, como os lactobacilos, que ajudam a manter o pH saudável”, destaca a médica.
Segundo a especialista, a higienização é simples e deve ser feita somente na área externa com água morna e sabão neutro na vulva (pequenos e grandes lábios). Em caso de mau cheiro, corrimento e coceira, é necessário procurar um ginecologista.
Utilizar desodorante íntimo
Spray desodorante íntimo para afastar o odor é mais um erro. Além de não ser a solução para o problema, essa prática pode prejudicar o equilíbrio natural da vagina e causar irritação na pele da vulva.
“Isso não remove o cheiro, nem melhora as coisas, apenas disfarça levemente por algumas horas. Sem mencionar os produtos químicos prejudiciais que costumam estar em produtos em spray. Muitos deles não são bons para o nosso corpo em geral, e nem borrifá-los diretamente em uma das partes mais sensíveis”, esclarece Luísa.

Usar lenços umedecidos e papel higiênico perfumado
Qualquer produto que contenha perfume é prejudicial à vagina, como lenços umedecidos e papel higiênico, pois podem alterar o pH da região e deixá-la suscetível às infecções fúngicas e sintomas como coceira, vermelhidão e corrimento.
“Existe algum debate em torno dos lenços umedecidos na vagina, pois são produtos suaves. No entanto, é melhor evitar. Fique o mais natural possível para manter o equilíbrio restaurado e evitar a ocorrência de infecções. Use papel higiênico comum e sem cheiro e nada mais”, indica.
Não ir ao ginecologista
Parece óbvio, mas é importante ressaltar: manter a consulta com o ginecologista em dia é essencial. A partir da primeira menstruação, passa a ser necessária a consulta anual com o especialista, de modo a prevenir qualquer problema. Além de realizar exames, aproveite o momento parar esclarecer todas as dúvidas sobre sua saúde íntima e sexual.