Em 2018, Marcelo Adnet deu mais um show de humor ao imitar todos os candidatos à Presidência da República. Apenas uma das esquetes causou reação negativa: a de Jair Bolsonaro. Isso gerou desde acusações de “mamar na lei Rounanet” até ameaças de morte.
A situação ficou ainda mais sensível quando um áudio imitando a voz de Bolsonaro xingando uma enfermeira caiu na rede. Adnet acabou sendo responsabilizado. À época, o então candidato estava hospitalizado em Juiz de Fora, após sofrer um atentado.
Marcelo não apenas precisou negar a autoria no Twitter, como buscou meios legais, com apoio de advogados da TV Globo, contra a atribuição do áudio a ele. “Eu não ligo quando criticam o meu trabalho. Mas isso aí foi longe demais”, afirmou ele, em entrevista à Folha de S. Paulo.
“Este é um governo absolutamente agressivo, que cria um clima horroroso no país. Tudo que é ligado à ciência e à arte está sendo demonizado. Artistas, cientistas e professores sofrem um bombardeio diário de mentiras, de assassinatos de reputações. O grupo que está no poder quer calar as vozes dissonantes”, disparou.
Adnet afirmou que jamais sofreu limitações por parte da emissora. “Em quase sete anos na casa, nunca ninguém me mandou pegar mais leve. Isto não quer dizer que eu tenha carta branca. Todos os textos têm que ser lidos e aprovados, mas a interferência é mínima”, afirma ele, que estreia o Fora de Hora, sátira aos telejornais, no próximo dia 21 de janeiro.