Apontado como segundo atirador na execução do empresário Vinícius Gritzbach, delator de integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), o soldado Ruan Silva Rodrigues foi afastado de suas funções na Polícia Militar de São Paulo (PMSP). O soldado está preso desde o dia 21 de janeiro, quando foi detido por colegas de corporação dentro do 20º Batalhão de Polícia Militar/Metropolitano (BPM/M), em Barueri.
No dia 16 de janeiro, a Corregedoria da PM prendeu outros 15 militares acusados de participação no crime. Eles foram afastados das funções no dia 22 de janeiro, incluindo o homem identificado como primeiro autor dos disparos que mataram Gritzbach, o cabo Dênis Antonio Martins. Entre os PMs acusados estão três tenentes, seis cabos e sete soldados.
Todos foram alvos da operação Prodotes, que teve início após uma denúncia anônima recebida em março de 2024, apontando possíveis vazamentos de informações sigilosas que favoreciam criminosos ligados ao PCC. A investigação inicial, conduzida pela Corregedoria, evoluiu para um Inquérito Policial Militar instaurado em outubro de 2024.
As prisões temporárias, posteriormente convertidas em preventivas, foram determinadas pela 5ª Auditoria do Tribunal de Justiça Militar de São Paulo (TJMSP). Além de Ruan Gonçalves e Dênis Martins, a relação de militares presos inclui os tenentes Fernando Genauro da Silva, Giovanni de Oliveira Garcia e Thiago Maschion Angelim da Silva, os cabos Julio Cesar Scalett Barbini, Leandro Ortiz, Leonardo Cherry de Souza, Romarks Cesar Ferreira de Lima e Wagner de Lima Compri Eicardi, e os soldados Jefferson Silva Marques de Sousa, Abraão Pereira Santana, Adolfo Oliveira Chagas, Alef de Oliveira Moura, Erick Brian Galioni, Talles Rodrigues Ribeiro e Samuel Tillvitz da Luz.
De acordo com as investigações, 14 PMs presos atuavam de forma irregular como seguranças de Gritzbach. Cinco deles — os cabos Leandro Ortiz e Romarks César, e os soldados Jefferson Silva Marques, Samuel Tillvitz e Adolfo Oliveira — estavam trabalhando para o empresário no dia do crime.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, usou suas redes sociais para comentar as prisões dos militares. “As polícias de São Paulo têm compromisso inegociável com a ética e a legalidade. Desvios de conduta serão severamente punidos e submetidos ao rigor da lei”, afirmou Tarcísio.
Emboscada
Vinícius Gritzbach foi morto em novembro de 2024, com 29 tiros de fuzil, em uma emboscada no Aeroporto de Guarulhos. Ele chegava em São Paulo com a namorada, após uma viagem de férias ao Nordeste.
As investigações apontam que o crime foi uma retaliação à delação premiada feita pelo empresário, na qual ele revelou esquemas de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo policiais e integrantes do PCC. Os mandantes ainda não foram identificados.