A vinda do ditador Nicolás Maduro ao Brasil serve para expor contradições de Lula como candidato e presidente. A defesa intransigente da democracia, retórica usada na campanha de 2022, foi abandonada. Maduro, alardeia o petista, “não é um homem mau”.
Dizendo-se a favor da liberdade de imprensa quando candidato, Lula tampouco falou, até o momento, sobre a agressão sofrida por jornalistas como Delis Ortiz. Os dois episódios são ilustrativos. O Lula da campanha está longe daquele sentado na cadeira do Planalto.
E o erro de Lula não está em receber Maduro. Até mesmo generais não alinhados ao presidente opinaram à coluna que a relação comercial entre os dois países é importante para ambos os lados. O erro de Lula foi incensar o venezuelano, recebido com honras. O erro, condenado até por parte da esquerda, foi relativizar a ditadura imposta aos cidadãos daquele país.
Quando Lula chamou Temer de golpista, petistas aconselharam o presidente a parar com ataques gratuitos que atrapalhem a governabilidade. Quando colocou o trabalho da PF em dúvida ao falar sobre Sergio Moro, Lula também foi alertado sobre a bola fora. Maduro, agora, entra para a lista da verborragia suicida de Lula.
