A coluna teve acesso, com exclusividade, aos vídeos que integram o inquérito contra o caminhoneiro bolsonarista Márcio Pinheiro Saldanha, preso em flagrante após violento ataque ao posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF). As gravações mostram viaturas destruídas, a fachada do posto policial danificada e o acusado, transtornado, oferecendo dinheiro aos agentes em troca de sua liberdade.
Em um dos trechos, Márcio admite: “Fiz esse ato terrorista porque estão querendo prender o Bolsonaro”. A declaração confirma a motivação política do ataque, ainda que o acusado tenha tentado recuar posteriormente em audiência.
Outro trecho mostra o caminhoneiro afirmando que queria “atingir a base da PRF”, o que reforça o entendimento do Ministério Público Federal (MPF) de que houve tentativa deliberada de intimidar forças estatais. O uso de um veículo de grande porte elevou o risco à integridade física dos policiais no local.
Durante a audiência de custódia realizada nesta quarta-feira (26/3), a Justiça Federal entendeu que a prisão era necessária para garantir a ordem pública e evitar a repetição de ações semelhantes. O juiz Marcelo Gentil Monteiro também autorizou o acesso ao conteúdo dos celulares apreendidos com o réu, diante da possibilidade de que contenham provas da participação de terceiros.
O MPF também destacou que o réu demonstrou possível transtorno mental e solicitou, com aval da defesa, a instauração de um incidente de insanidade, aceito pelo juiz.
