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Nos EUA, é serviço público romper o muro de silêncio da Suprema Corte

O ProPublica, dedicado ao jornalismo investigativo, ganhou o Pulitzer de serviço público por reportagens sobre a Suprema Corte dos EUA

atualizado 07/05/2024 18:30

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Ilustração de bandeiras dos Estados Unidos e do Brasil, uma ao lado da outra - Metrópoles Getty Images

O ProPublica, veículo de informação dos EUA dedicado ao jornalismo investigativo, ganhou o Pulitzer de meritório serviço público, uma das categorias mais prestigiadas do prêmio mais importante do jornalismo americano.

O meritório serviço público prestado pelo ProPublica em 2023 foi a série de reportagens intitulada Amigos da Corte, sobre os escândalos éticos protagonizados por juízes Suprema Corte. Por escândalos éticos, entenda-se principalmente o recebimento de presentes de gente poderosa com interesses no tribunal.

O exemplo mais retumbante é o juiz Clarence Thomas, expoente da ala conservadora da Suprema Corte. O ProPublica revelou que, há anos, ele mantinha uma relação estreita demais com o bilionário Harlan Crow, grande doador do Partido Republicano.

Depois da reportagem sobre essa promiscuidade, Clarence Thomas admitiu que o bilionário lhe proporcionou viagens de luxo, voos em jato particular e estadias principescas.

A série do ProPublica levou a que a Suprema Corte instituísse o primeiro código de ética para os seus integrantes nos seus 234 anos de história. É isto: se as pessoas deixam de tomar banho, é preciso que sejam lembradas por escrito de entrar no chuveiro todos os dias.

Os jurados que concederam o Pulitzer de meritório serviço público ao ProPublica justificaram a escolha porque as reportagens “pioneiras e ambiciosas romperam o espesso muro de segredos que cerca a Suprema Corte para revelar como um pequeno grupo de bilionários influentes cortejaram juízes com presentes e viagens luxuosos, pressionando a Corte a adotar o seu primeiro código de conduta”.

O instituto Paraná pesquisas divulgou uma sondagem sobre a percepção dos brasileiros sobre a liberdade de expressão no país.

O resultado revela que, afinal de contas, a população presta atenção ao que acontece: 61% dos entrevistados acreditam que, no Brasil, um cidadão “pode ser punido por falar ou escrever o que pensa”, enquanto apenas 32,4% creem que a liberdade de expressão sobrevive intacta. Ou seja, que se pode falar ou escrever o que pensa.

O resultado me lembra a recomendação que vigora na corte papal, a Cúria Romana:

“Não pense. Se pensar, não fale. Se falar, não escreva. Se escrever, não publique. Se publicar, não se arrependa.”

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