Presidente deposta da comitiva nacional do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), Graciela Nienov, é protagonista de mais um capítulo da novela vivida pela legenda nas últimas semanas. Desta vez, além de traição contra o “padrinho” Roberto Jefferson, a dirigente partidária é acusada de falsidade ideológica e fraude processual.
Tida até então como sucessora natural do ex-deputado Roberto Jefferson no comando da legenda, Nienov deixou o posto de pupila e passou a ser alvo dos principais aliados do cacique partidário.
O novo processo é de autoria de Luiz Gustavo Pereira da Cunha, principal defensor de Jefferson e consultor jurídico da legenda. O advogado registrou um boletim de ocorrência acusando a ex-aliada de falsificar a assinatura dele a fim de conquistar benefícios internos na legenda.
“Sorrateiramente, criminosamente, Graciela e seu bando foram no cartório JK, pegaram uma ata que não tinha a minha assinatura, falsificaram minha assinatura e fizeram um ato notorial no cartório JK. Para quê? Para pegar esses atos, em tese com fé pública, mas não registrados, para dar entrada no banco. E isso eles fizeram. Deram entrada no Banco do Brasil ontem (24/2) para ter acesso às contas do partido e fazer mau uso das contas partidárias”, disse Luiz Gustavo ao Metrópoles.
“Graciela tem ciência de que não preside mais o partido. Ela está se valendo de um código que ela solicitou antes da reunião do diretório que dissolveu a executiva dela. Então, está cometendo crime de, no mínimo, falsificação de documento público e falsificação ideológica”, completou.
Veja as assinaturas:
O outro lado
A reportagem procurou a defesa de Graciela, mas quem se manifestou foi Jefferson Alves, que se diz secretário-geral do PTB. Em nota, ele afirma que “essa acusação do advogado Luiz Gustavo, que está agindo em nome do ex-deputado Roberto Jefferson, é uma farsa sem pé nem cabeça”.
“O advogado fez uma acusação sem provas, sem evidência e sem qualquer plausibilidade. Ele próprio é quem produz provas contra ele mesmo constantemente , inclusive ameaçando parlamentares, fato sendo apurado pelo STF na mesma ação que responde o ex-deputado Roberto Jefferson”, diz a nota.
“Em resumo, Luiz Gustavo e todas as pessoas que participam dessa farsa estão cometendo crime de denunciação caluniosa e deverão ser devidamente responsabilizados por isso”, conclui.
Guerra interna
A direção nacional do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) disparou um comunicado, na noite de quarta-feira (23/2), para reafirmar a permanência dos atuais comandantes de pelo menos 9 diretórios estaduais da legenda. O atual presidente, deputado estadual Marcus Vinícius (RJ), reforçou que a nova cúpula partidária foi eleita em 11 de fevereiro, após a dissolução total do então diretório nacional causada pela renúncia em massa dos caciques.
“O partido destaca a importância do Diretório Nacional como entidade de maior autoridade dentro de uma agremiação política, como peça de referência na estrutura partidária. Atualmente, o único meio de comunicação oficial do PTB é o site institucional. A composição do novo Diretório Nacional está disposta na plataforma”, registrou a nota oficial publicada no portal petebista.
O PTB vive uma verdadeira guerra interna – e jurídica – após áudios atribuídos à então presidente nacional Graciela Nienov indicarem uma suposta traição ao ex-deputado federal Roberto Jefferson, principal líder da agremiação. Desde então, o grupo liderado por Nienov tenta manter-se no poder da sigla, mas as investidas processuais têm garantido apenas o grupo fiel ao ex-deputado federal.
Este colunista está de férias e, portanto, as atualizações do conteúdo da Janela Indiscreta estarão suspensas até o retorno à redação, no dia 17 de março. Até lá!
