O estilista Maximilian Davis assume, nesta quinta-feira (16/3), o cargo de diretor criativo da grife italiana Salvatore Ferragamo. O inglês, nascido em Manchester, substitui Paul Andrew, que deixou o cargo em abril do ano passado. Desde então, uma equipe interna de designers assumiu o desenvolvimento das coleções. Com a novidade, a grife italiana poderá ter códigos clássicos modernizados.
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A excelência do trabalho com o couro – em sapatos e em bolsas – e com a alfaiataria é o grande diferencial da Salvatore Ferragamo. É comum que grifes italianas consolidadas foquem em símbolos tradicionais e perpetuem esses legados. Porém, com Maximilian Davis como novo diretor criativo da marca fundada no século 20, a ideia é equilibrar a herança prévia com os códigos do futuro.
O estilista, que é graduado pela London College of Fashion, departamento da renomada Universidade das Artes de Londres, fundou a marca homônima em 2020 e atraiu reconhecimento internacional imediato. Foi um dos 20 selecionados para a semifinal do Prêmio LVMH – organizado pelo conglomerado de luxo para dar visibilidade e financiamento a novos talentos – deste ano, mas desistiu da competição. Segundo o WWD, site referência na moda, a decisão veio justamente após Maximilian Davis receber a oferta da Ferragamo.
Maximilian Davis trabalhou como designer júnior na Grace Wales Bonner, vencedora do Prêmio LVMH em 2016, e também passou pela Mowalola e pela Supriya Lele. Recortes, decotes e assimetrias são características marcantes de seu trabalho, além dos vestidos e conjuntos que conseguem ser sensuais e elegantes ao mesmo tempo.
Em comunicado à imprensa, o estilista inglês afirmou que está “grato pela oportunidade de construir sobre a rica e profunda herança da casa”. “Estou ansioso para articular minha visão, elevada pelos códigos do artesanato italiano, qualidade e inovação”, celebrou. Nomes fortes da indústria, como as modelos Naomi e Precious Lee, parabenizaram Davis pelo novo cargo.
Tradição italiana
A Salvatore Ferragamo foi criada pelo estilista de mesmo nome no ano de 1927, em Florença, na Itália. Desde então, consagrou-se no segmento de artigos luxuosos de couro e se manteve fiel aos códigos definidos ao longo dos anos. A nomeação do designer Maximilian Davis mostra, para o mercado da moda, que a marca está procurando um caminho de modernizar o próprio legado.
O comunicado de Marco Gobbetti, CEO da Salvatore Ferragamo, reforçou essa opinião. Em comunicado à imprensa, o empresário italiano afirmou que o trabalho de Davis é “definido pela elegância, sensualidade refinada e constante compromisso com a qualidade” e que, “por meio de sua lente de sensibilidade contemporânea, ele escreverá um novo e emocionante capítulo para a casa”.
A passos lentos, a indústria da moda caminha para trabalhar a inclusão de forma mais integrada, não apenas com modelos nas passarelas e campanhas. Depois de nomes como Virgil Abloh, como diretor do masculino da Louis Vuitton, e Rihanna – com a extinta Fenty, que foi comprada pelo grupo LVMH – alertarem sobre a falta de profissionais negros em cargos criativos, a nomeação de Maximilian Davis para a Ferragamo pode ser um pequeno spoiler do futuro.
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Colaborou Carina Benedetti
