Chegou a vez de Nova York, nos Estados Unidos, receber a grande e elogiada exposição Christian Dior: Designer of Dreams. A mostra estreou em Paris (França) e, desde então, passou por Londres (Reino Unido) e Xangai (China). Agora, uma versão atualizada e baseada nas anteriores ocupará o espaço Beaux-Arts Court do Brooklyn Museum entre 10 de setembro deste ano e 20 de fevereiro de 2022. Até então, a última exposição de retrospectiva da grife francesa em NY havia sido a do Metropolitan Museum of Art, em 1996.
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Nova edição da exposição
A curadoria da versão nova-iorquina da mostra está sob os cuidados de Florence Müller, profissional especializada em arte têxtil e moda da Avenir Foundation no Denver Art Museum, que também trabalhou na edição de estreia, em Paris. O curador sênior de moda e cultura material do Brooklyn Museum, Matthew Yokobosky, também colaborou com a realização do projeto.
As novidades da versão atualizada da exibição inclui projetos de Christian Dior (1905-1957) expostos pela primeira vez, além de pinturas e trabalhos de renomados fotógrafos norte-americanos, como David LaChapelle e Annie Leibovitz. Criações do próprio Dior e de diretores artísticos que o sucederam, de Yves Saint Laurent (1936-2008) a Maria Grazia Chiuri (que ocupa o cargo atualmente), aparecerão “justapostos” com peças do próprio acervo do museu.
A evolução da label e a visão de cada designer que a dirigiu também serão detalhes explorados. Toda a mostra inclui mais de 200 produções de alta-costura da maison, a exemplo da famosa silhueta conhecida como New Look, além de arquivos em vídeo e foto, croquis, acessórios e elementos vintage de perfumes.
O átrio central do Beaux-Arts Court foi remodelado para simular um jardim encantado sob um céu estrelado, fazendo jus às inspirações de Christian Dior na natureza e na arte. A última sala exibe vestidos usados por grandes estrelas de Hollywood, a exemplo de Grace Kelly (1929-1982) e Jennifer Lawrence.
Relação com os EUA
Vale destacar que o Brooklyn Museum exibiu o trabalho de Christian Dior na mostra Dois Séculos de Elegância da Moda Francesa, de 1949. A atual diretora criativa da linha feminina da grife, Maria Grazia Chiuri, comentou em comunicado citado pelo WWD que, na época, o museu exibiu miniaturas de criações de grandes costureiros franceses, como ato de gratidão do órgão dirigente da alta-costura aos EUA. A boneca com o vestido do couturier é um dos itens que estarão em exibição em setembro.
Para Chiuri, levar uma nova mostra da marca ao país será uma forma de relembrar esse vínculo, já que a exposição de 1949 fez com que o museu fosse o primeiro a adquirir uma peça da Dior. “Acho maravilhoso reviver esse laço e esse legado cultural; é fundamental celebrar a ligação entre a Dior e os Estados Unidos, tão importante para transformar Monsieur Dior e sua marca em uma força internacional”, compartilhou a estilista italiana.
Prelúdio da fama
Christian Dior lançou a primeira coleção de sua casa de moda homônima em fevereiro de 1947 e, desde o começo, teve uma ótima recepção na imprensa dos Estados Unidos. O apelido “New Look”, por exemplo, foi atribuído às suas primeiras criações pela influente editora-chefe Carmel Snow, da Harper’s Bazaar.
Em 1948, o couturier viajou pelos Estados Unidos e abriu sua primeira filial em Nova York, na Quinta Avenida. A curadora Florence Müller considera esse como o “prelúdio da fama mundial” da maison.
Vale lembrar que, ano passado, a Dior disponibilizou um documentário gratuito no YouTube sobre os bastidores da mostra em Paris, que estreou em 2017. A obra tem quase uma hora de duração e legendas em português. Assista:
Colaborou Hebert Madeira
