O Grupo Soma é um grande conglomerado de moda do Brasil que reúne, atualmente, oito marcas: Animale, Farm, Fábula, A.Brand, Foxton, Cris Barros, Off Premium e Maria Filó. No fim da última semana, a companhia firmou um acordo para acrescentar ao seu portfólio a NV, marca criada pela influenciadora digital e empresária Nati Vozza. A aquisição, que ainda depende de alguns requisitos, foi avaliada em US$ 210 milhões e deve ser concluída até o fim do ano.
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A aquisição
Segundo comunicado, as condições para conclusão da compra incluem a assinatura de alguns documentos, um processo que pode levar até 60 dias. Outro detalhe que falta para o fechamento da compra é a conclusão de uma auditoria, assim como a aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A associação das duas marcas foi negociada em um memorando de entendimentos na última sexta-feira (23/10), e anunciada nessa segunda-feira (26/10).
Com a novidade, uma das expectativas do Grupo Soma é complementar seu portfólio de marcas com “uma classe de ativos” que venham de canais digitais, uma estratégia considerada oportuna para o futuro. Vale lembrar que durante os meses de fechamento do comércio, por causa da pandemia de Covid-19, o e-commerce foi fundamental.
A NV, que tem cinco pontos físicos em São Paulo, foca na loja virtual e é considerada a primeira grande marca brasileira nativa digital. A label surgiu em 2009 como um complemento ao blog glam4you.com, comandado por Nati Vozza. Em 2019, o faturamento da grife atingiu R$ 100 milhões. Para este ano, apesar do cenário provocado pelo novo coronavírus, a expectativa é chegar aos R$ 170 milhões, um crescimento bem acelerado comparado ao ano passado.
A compra será realizada com pagamento de dinheiro e ações aos sócios fundadores, Natalia Vozza (diretora criativa) e Antônio Junqueira (CEO e ex-marido da empresária), que passarão a fazer parte do bloco de controle do grupo. Se a marca superar o plano de negócios firmado, os novos sócios receberão um valor adicional, que será pago até 2026.
Natalia Vozza, que considera a NV um “projeto de vida”, comemorou a integração da grife ao conglomerado. “Tivemos muita afinidade desde a primeira conversa e quando percebemos que o modelo de negócio do grupo nos daria total autonomia e independência, ficamos ainda mais entusiasmados”, celebrou. “É um reconhecimento do meu trabalho e tenho certeza que uma associação estratégica com o Soma só agregará no nosso foco de expansão e crescimento estruturado, para levar a marca para outro patamar.”
Potencial de crescimento
Em julho, o Grupo Soma entrou para a bolsa com uma oferta inicial de ações (IPO), que foi bem-sucedida, levantando R$ 1,8 bilhão. Antes disso, as primeiras conversas para compra da NV já vinham acontecendo. O CEO Roberto Jatahy contou que a companhia vê a nova adição ao seu portfólio de forma estratégica. Segundo ele, uma das vantagens da NV é o potencial para expansão de margem. Agora, a marca poderá usufruir do know-how operacional do grupo.
“A NV ocupará um espaço até então não preenchido, não só pela sua capacidade de comunicação no meio digital, como pelo seu grande potencial de crescimento. A marca é unicórnio dentro do nosso mercado e poderá contar com toda nossa plataforma na sua aceleração, ancorada na nossa forte cultura omnichannel, e também via abertura de lojas físicas e expansão no atacado, se utilizando da nossa grande rede de mais de 3.000 multimarcas”, afirmou.
Expansão do portfólio
Com a aquisição da NV, o Grupo Soma expande a diversidade de seus produtos, voltados para os segmentos feminino, masculino e infantil. Juntas, as nove marcas da companhia reúnem mais de 1,2 milhão de clientes ativos. No Brasil, elas estão presentes em 24 estados, além de dois estados norte-americanos, totalizando cerca de 280 lojas.
A notícia da compra da grife vem poucos dias depois que o grupo Arezzo&Co anunciou a assinatura de documentos para compra da Reserva, criando o braço de lifestyle batizado de AR&Co. A conclusão do processo deve ocorrer entre o fim de novembro e início de dezembro. Segundo a Folha de S.Paulo, os dois grupos estariam de olho na compra de duas empresas estratégicas: o e-commerce Amaro e a marca de lingeries Hope.
Colaborou Hebert Madeira
