A Calvin Klein acabou de retomar as coleções de passarela na Semana de Moda de Nova York. Pela primeira vez em quase 60 anos, a diretora criativa da linha premium Calvin Klein Collection é uma mulher, a estilista italiana Veronica Leoni. A nova designer, anunciada em maio de 2024, pretende dar continuidade ao legado do fundador da label estadunidense, conhecida pelo minimalismo sexy. Para ela, a sensualidade está mais na atitude confiante que na silhueta ou na pele à mostra.
Vem entender a “dança das cadeiras” na marca:
- No início de 2019, a Calvin Klein encerrou a linha de coleções de passarela, a mais sofisticada do portfólio, para focar nas categorias mais tradicionais, de jeans e peças íntimas.
- Agora, Veronica Leoni estreou na linha premium com a coleção de outono/inverno 2025 e retomou o nome Calvin Klein Collection, que havia sido alterado pelo último diretor criativo. O desfile foi o mais aguardado da Semana de Moda de Nova York, em que a grife era uma das principais do calendário até seis anos atrás.
- Veronica Leoni tem uma marca própria, Quira, fundada em 2020. A designer nascida em Roma foi finalista do Prêmio LVMH para Jovens Designers em 2023.
- Após a aposentadoria do fundador da Calvin Klein, em 2002, a linha Collection ficou sob os cuidados dos estilistas Francisco Costa (2003-2016), para o feminino, e Italo Zucchelli (2004-2016), para o masculino.
- Raf Simons (2016-2018) foi o último a ocupar o posto, e havia mudado o nome do segmento Collection para 205W39NYC. Ele também supervisionava as demais áreas, como a “by Appointment“, de peças sob medida, estilo tapete vermelho.
- Desde 2021, Willy Chavarria cuida dos setores North America Apparel e Global Essentials Men’s da Calvin Klein. A marca, no entanto, estava fora das passarelas desde a saída de Simons, em 2018.

Retorno ao minimalismo
Após o fundador deixar o controle criativo da marca, Francisco Costa ganhou prêmios à frente das coleções femininas e era pautado por um minimalismo sofisticado. Já a abordagem mais conceitual do sucessor, Raf Simons, não teve o retorno financeiro esperado pela empresa.
Veronica Leoni, por sua vez, deve manter a linha minimalista. Não à toa, a trajetória da estilista inclui passagens pelas grifes Jil Sander (onde trabalhou com a própria Jil), Celine (durante a direção criativa de Phoebe Philo), The Row e Moncler. A maioria das marcas é ou foi conhecida pela mesma pegada.




Volta às origens, mas sem nostalgia
Veronica Leoni apresentou uma coleção de estreia com 63 looks, na sede da Calvin Klein. Um dos cuidados da nova diretora criativa foi pegar referências dos arquivos da casa sem trazer um tom de nostalgia à coleção. Para ela, o compilado é uma continuidade do legado do próprio Calvin Klein, direto de onde ele parou, sem considerar o que foi feito pelos estilistas posteriores.
Nas peças, uma grande ênfase nas silhuetas, ora marcadas, ora mais soltas, especialmente na alfaiataria, em blazers e calças, e nos casacos. Vestidos apareceram com camadas de capas e com texturas, incluindo dois modelos com contas que criam um efeito escamoso.




Acessórios e calçados
Entre os acessórios, destaque para as bolsas e colares com formato do frasco do perfume CK One, um clássico da marca. Já entre os sapatos, foi a vez dos modelos sociais clássicos com ponta afunilada e modelos estilo sapatilha, em cano curto ou abaixo da altura do tornozelo, com salto kitten. À imprensa presente no desfile, ela destacou: “O que eu faço bem são roupas, e foi nisso que nos concentramos.”



O desfile teve presenças ilustres entre os convidados, a exemplo de Kate Moss, um dos rostos mais famosos das campanhas da Calvin Klein nos anos 1990. Além dela, a fila A teve nomes como Bad Bunny e FKA Twigs.
Na galeria abaixo, veja alguns dos convidados que prestigiaram o desfile, em Nova York: