O deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) tem sido um dos parlamentares mais empenhados em ajudar bolsonaristas a aprovar a PEC do voto impresso.
Além de buscar votos no Congresso, o tucano tem intermediado encontros entre deputados aliados do presidente Jair Bolsonaro e ministros de tribunais superiores para falar do assunto.
Na semana passada, por exemplo, Aécio acompanhou o relator da PEC na Câmara, deputado Filipe Barros (PSL-PR), em encontro com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Moraes é contrário ao voto impresso. O ministro, vale lembrar, será o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante as eleições gerais de 2022.
Já Aécio defende o voto impresso desde, pelo menos, as eleições de 2014. Naquele pleito, ficou em segundo lugar na disputa pelo Palácio do Planalto, sendo derrotado por Dilma Rousseff (PT).
Outro lado
Após a publicação da nota, Aécio reconheceu ser a favor da aprovação do voto impresso, mas disse achar “difícil” a implantação do sistema para as eleições de 2022, “seja devido ao tempo ou pela contaminação política”.
“Mas esse tema terá que ser retomado em algum momento e, no que depender de mim, será retomado depois das eleições do ano que vem, com maior equilíbrio e maior isenção de parte a parte”, afirmou.
O deputado também criticou “os extremos”, dizendo que estão “errados” tanto “os que acusam as urnas de serem fraudadas” quanto os que consideram o “aprimoramento” do voto eletrônico como “um retorno às fraudes”.
“O sistema de votação, além de ser eficaz, precisa ter confiabilidade. As pessoas precisam confiar nele. E é por isso que todo o mundo democrático vem ou evitando o voto eletrônico ou estabelecendo a obrigatoriedade da opção de conferência impressa”, argumentou.
