Em mais um capítulo da crise diplomática entre os dois países, o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Mauro Vieira, decidiu convocar o embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, para prestar esclarecimentos.
Vieira convocou o diplomata estrangeiro para que compareça ainda nesta segunda-feira (19/2) ao Palácio do Itamaraty no Rio de Janeiro, de onde o chanceler brasileiro despacha hoje.
Segundo fontes do Itamaraty, o chamado se deve “à gravidade das declarações desta manhã do governo de Israel”, o qual disse que Lula passou a ser “persona non grata” naquele país, até que se retrate.
Além de convocar o embaixador israelense no Rio, Mauro Vieira chamou para consultas o embaixador brasileiro em Tel Aviv, Frederico Meyer. O diplomata embarca rumo o Brasil nesta terça-feira (20/2).
Em Brasília, Lula realizou uma reunião de emergência com ministros para discutir o assunto. Após o encontro, o presidente decidiu que não se desculpará com Israel, mas escalou Vieira para falar sobre o tema.
A fala de Lula
A crise entre Brasil e Israel escalou no domingo (18/2), após Lula comparar as mortes de palestinos na Faixa de Gaza ao Holocausto. A comparação foi feita pelo petista em entrevista à imprensa na Etiópia.
“O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus”, afirmou o presidente.
Reação de Israel
A declaração causou forte reação de Israel. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que “as palavras do presidente do Brasil são vergonhosas e graves” e que Lula “cruzou a linha vermelha”.
O governo de Israel também convocou o embaixador do Brasil em Tel Aviv para cobrar explicações. Em uma atitude não usual, as autoridades israelenses levaram o diplomata brasileiro para o Museu do Holocausto.
