A reforma ministerial que o presidente Lula fará nas próximas semanas deve alçar a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, ao posto de ministra da Secretaria-Geral da Presidência, pasta com assento no Palácio do Planalto.
Lula e Gleisi conversaram sobre o assunto durante um encontro no dia 16 de janeiro, no Palácio do Planalto. A reunião, revelada pela coluna na semana passada, não foi registrada na agenda oficial do petista.
Gleisi deve assumir o cargo no lugar de Márcio Macêdo, que comanda a Secretaria-Geral desde o início do terceiro mandato de Lula. Macêdo, por sua vez, deve ser indicado para um cargo em alguma estatal.
Segundo apurou a coluna, uma das opções em estudo seria Macêdo assumir um posto na Petrobras. O ministro é do mesmo grupo do petista José Eduardo Dutra, que comandou a estatal no primeiro governo Lula.
Com a ida de Gleisi para um ministério, o comando do PT deve ser assumido por algum dos vices-presidentes da sigla interinamente até julho, quando o partido terá eleições internas para escolher seu novo presidente.
O favorito para assumir o comando tampão do PT é o deputado José Guimarães (CE), atual líder do governo na Câmara. O petista, inclusive, antecipou sua ida a Brasília e deve conversar com Lula sobre o tema nas próximas horas.
Segundo auxiliares, Lula pretende amarrar o apoio de Guimarães à eleição do ex-prefeito de Araraquara (SP) Edinho Silva à presidência do PT em julho. O deputado cearense vinha se colocando como adversário de Edinho.
Xadrez abre espaço para ex-ministro demitido
Pela articulação desenhada, a ida de Guimarães para o comando interino do PT abriria espaço para Lula designar o ex-ministro da Secom Paulo Pimenta (PT-SP) como novo líder do governo na Câmara dos Deputados.
Pimenta foi demitido da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom) no início de janeiro. Ele foi substituído pelo publicitário Sidônio Palmeira, que comandou o marketing da campanha de Lula em 2022.
Além de Guimarães, o senador Humberto Costa (PE) também é cotado para assumir o comando interino do PT. As mudanças no governo só devem ser anunciadas por Lula após a eleição para as presidências da Câmara e do Senado.
