Irmã de Marielle Franco, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, afirmou à coluna, nesta segunda-feira (21/7), ter ficado “bem abalada” com a delação do ex-policial Élcio Queiroz, que confessou ter participado do assassinato da vereadora.
Anielle disse que a deleção premiada do acusado e toda a operação da Polícia Federal envolvendo outros suspeitos do homicídio a fizeram “revisitar” todas as memórias do dia da morte de Marielle, ocorrida em 14 de março de 2018.
“Confesso que hoje revisitei as memórias do dia 14 e estou bem abalada. Mas entendendo minha missão, a importância de estar à frente desta pasta; a importância de fazer parte de um governo mais humano”, afirmou a ministra.
Anielle disse que, após as informações prestadas por Élcio na delação, está vivendo uma “mistura de emoções e sentimentos”. Ela ressaltou, porém, que se encheu de “esperança” com o fato de que os mandantes do crime serão descobertos pela polícia.
“Deu uma mistura de emoções, de sentimentos. A gente trabalha muito para ter um país melhor, para dar uma vida mais digna para a população negra deste País. E ao mesmo tempo avemos que estávamos sujeitos a todo tipo de violência neste País. E esse passo dado hoje no caso da Marielle foi importante. Me encheu de esperança. E eu espero que a gente consiga descobrir quem mandou matar e por que”, declarou.
Nesta segunda, os investigadores da PF e do Ministério Público revelaram que Élcio Queiroz contou, em delação premiada, detalhes do plano que resultou no assassinato de Marielle Franco e de Anderson Gomes, então motorista da vereadora do PSol.
Dentre os detalhes dados por Queiroz está o de que Edimilson Oliveira da Silva, conhecido como Macalé, foi o intermediador entre ele, os mandantes do crime e o também ex-PM Ronnie Lessa, que realizou os disparos contra a vereadora.