A ala “lulista” do PSD está preocupada com a recente decisão do presidente da sigla, Gilberto Kassab, de apoiar o bolsonarista Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) ao governo de São Paulo.
O movimento, dizem, é “simbólico”. Kassab resiste a apoiar Lula no primeiro turno, mas estará no palanque de um ex-ministro de Jair Bolsonaro no maior e mais visado colégio eleitoral do Brasil.
Para a ala lulista do PSD, o movimento coloca em xeque o discurso do dirigente. Internamente, Kassab diz que estará “neutro” no primeiro turno, apesar dos insistentes pedidos de parte da sigla para manifestar apoio a Lula.
Há também uma preocupação da ala lulista de que o apoio do PSD a um candidato bolsonarista no maior colégio eleitoral do Brasil prejudique a imagem do partido e dos candidatos dele aliados a Lula em outros estados.
Pelo lado petista, Lula não esconde que o PSD é sua “menina dos olhos” nas alianças para eleição presidencial. Com as negativas de Kassab de apoiar o PT oficialmente, o ex-presidente buscou dirigentes do PSD estado por estado.
Em Minas Gerais, por exemplo, Lula cuidou pessoalmente para trazer para o seu lado o pré-candidato do PSD ao governo do Estado, o ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil.
Nomes importantes da sigla, como os senadores Omar Aziz (PSD-AM) e Otto Alencar (PSD-BA) também estarão no palanque petista nestas eleições. Ambos tentarão reeleição ao Senado.