O Tribunal de Contas da União (TCU) alertou em 2020 o governo Bolsonaro sobre baixos repasses para obras de contenção de encostas em Recife. Desde a semana passada, pelo menos 128 pessoas morreram em deslizamentos na capital pernambucana, a maioria soterrada.
Com base em fiscalização feita em Recife em junho e julho de 2020, os técnicos do TCU apontaram que o Ministério do Desenvolvimento Regional só havia repassado 12% da verba prometida em um convênio com a prefeitura recifense. As obras foram anunciadas ainda em 2012, na gestão Dilma Rousseff.
O relator do processo de fiscalização, ministro Augusto Nardes, citou em seu voto o perigo de “desastres nas áreas objeto da intervenção”. Os colegas acompanharam esse entendimento e cobraram explicações do ministério no fim de 2020.
De acordo com a auditoria, pelo menos 2.436 famílias seriam beneficiadas por essas obras em cem áreas vulneráveis de Recife. Um dos objetivos era “mitigar a probabilidade de desastres com perda de bens e vidas humanas”.
Desde o último dia 25, ao menos 128 pessoas morreram no Grande Recife. A maior parte foi soterrada por deslizamentos. Trata-se do segundo maior desastre da história do estado.
