O ministro da Casa Civil, Rui Costa, disse nesta sexta-feira (17/2) que a decisão sobre a divulgação do cartão de vacina de Jair Bolsonaro deve seguir parâmetros técnicos definidos pela Controladoria-Geral da União (CGU).
“Não podemos passar a impressão de que estamos beneficiando fulano e não sicrano. Isso é casuísmo, não é republicano e não é correto. Para fugir disso, desses adjetivos, a melhor forma é ter padrão, critério”, disse à coluna.
“O que a CGU está definindo são padrões sobre os quais todos os órgãos terão que aplicar suas decisões.”
Nos últimos dias, integrantes da ala política do Palácio do Planalto, ligados à articulação com o Congresso Nacional, pressionaram internamente para impedir a divulgação do cartão de vacina do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Segundo fontes do Palácio do Planalto, há uma preocupação com a reação do Congresso à divulgação do cartão de vacina. Os articuladores do governo Lula querem evitar qualquer ato que possa ser interpretado como “revanchismo”.
Questionado sobre o assunto, Rui Costa nega que tenha havido pressão contra a divulgação do cartão do ex-presidente.
“O que o presidente Lula adotou é que fossem avaliados critérios técnicos e jurídicos. Se alguém vai fazer um exame médico, por exemplo, isso é foro pessoal ou público? Se é público, vai ser público para todo mundo”, diz o ex-governador da Bahia.
“O que eles definiram (na CGU), que eu acho correto, é ter parâmetros. Ao adotar parâmetros que vão ser expandidos para todos os casos, você evita essa situação particular.”
A CGU está elaborando um parecer técnico sobre a divulgação do cartão de vacina de Jair Bolsonaro. A tendência é de ele seja favorável à liberação. O entendimento é uma das consequências da revisão de sigilos determinada pelo presidente Lula no início do mandato.
O órgão, porém, está esperando o fim de uma investigação sobre uma possível adulteração nos dados de vacina do ex-presidente para fazer a divulgação, como mostrou nesta quinta-feira (16) o colunista Igor Gadelha.
Lula é a favor da divulgação do cartão de vacina de Bolsonaro. Nesta semana, a Presidência divulgou, inclusive, os cartões de vacina do presidente e da primeira-dama, Janja, em resposta a um pedido da jornalista Malu Gaspar.
Em entrevista à coluna nesta semana, Vinícius Marques de Carvalho, ministro da CGU, sinalizou que é favorável à divulgação do cartão. Ele disse que a vacinação de um presidente durante uma pandemia não é o mesmo que um exame de saúde de rotina e que é preciso analisar o contexto.
