O documento chegou ao Ministério das Relações Exteriores em 18 de outubro de 2021, 13 dias após o ministro Alexandre de Moraes, do STF, decretar a prisão preventiva e a extradição do bolsonarista.
A comunicação foi assinada pelo coordenador de Extradição e Transferência de Pessoas Condenadas do Ministério da Justiça, Rodrigo Antônio Gonzaga Sagastume, e destinada ao chefe da Divisão de Cooperação Jurídica Internacional do Itamaraty, Eduardo Lessa.
“Solicito a gentileza de promover os atos necessários para formalização do referido pedido junto ao governo dos EUA, com a urgência que o caso requer”, escreveu a autoridade do Ministério da Justiça.
Procurado, o Ministério da Justiça respondeu que não comenta casos em andamento. O Itamaraty disse que a responsabilidade do caso é do Ministério da Justiça.
Allan dos Santos, nascido em 1983, é blogueiro, influencer, youtuber e ativista da extrema-direita. Natural de Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, é, atualmente, foragido da Justiça brasileira e mora nos Estados Unidos com a família
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Allan é o criador do site Terça Livre e tornou-se conhecido por disseminar fake news. Antes de ter as redes sociais retiradas do ar, recebia dinheiro de financiamento coletivo bolsonarista e era seguidor fervoroso de Olavo de Carvalho
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O youtuber se tornou alvo da Polícia Federal após a abertura do inquérito das fake news em 2019, cujo relator é o ministro Alexandre de Moraes. O pedido, apresentado pela Procuradoria Geral da República, foi solicitado após uma manifestação bolsonarista que exigia o fechamento do STF, do Congresso e a restituição do AI-5 no país
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Investigado por disseminação de notícias falsas na internet e atos contra a democracia, Allan teve prisão preventiva decretada em outubro de 2021, mas fugiu para os Estados Unidos, com visto de turista vencido
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Allan dos Santos e Eduardo Bolsonaro
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Allan dos Santos está foragido nos Estados Unidos
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O alcance dos ataques do bolsonarista só foi reduzido quando o Telegram, rede sem sede no Brasil, cumpriu outra decisão de Moraes e bloqueou o canal do extremista. A rede russa informou que o canal, que tinha 128 mil seguidores, “violou as leis locais”
Hugo Barreto/Metrópoles
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Com contas alternativas no Instagram, que ele divulgava no canal do Telegram, Santos burlava o bloqueio e insultava sobretudo o ministro Alexandre de Moraes.Além das ofensas, divulgou viagens, fotos posadas ao lado do presidente Bolsonaro e com fuzis
Reprodução/Instagram
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Em seus canais alternativos, o militante criou mecanismos para receber doações em moeda estrangeira e até em Bitcoin, e chegou a dizer aos seguidores, em janeiro de 2022, que já não tinha dinheiro para pagar nem a própria defesa
Hugo Barreto/Metrópoles
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Após o pedido de prisão contra Allan, Alexandre de Moraes determinou que a Polícia Federal acionasse a embaixada do Brasil nos EUA e incluísse o jornalista na lista da Difusão Vermelha da Interpol. A intenção é garantir que ele seja capturado e extraditado ao Brasil
Aline Massuca/Metrópoles
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Segundo o ministro, Santos é suspeito de cometer crimes de lavagem de dinheiro, organização criminosa, calúnia, difamação, injúria, incitação ao crime de praticar, induzir ou incitar a discriminação ou o preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional
TSE
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Agora, a barreira que o STF encontra para levar a cabo a decisão de Morares é a própria lei dos EUA. Uma interpretação de que Allan dos Santos teria apenas, à luz da lei americana, dado sua opinião, e não feito uma ameaça, como suspeita Alexandre de Moraes, dificulta a movimentação do governo americano para prendê-lo
Hugo Barreto/Metrópoles
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Enquanto isso, o ativista bolsonarista continua atuando por lá, usando a internet para propagar conteúdo falso e violento e até participando de eventos com autoridades brasileiras