A participação de Geraldo Alckmin nas prévias tucanas virou um dilema no partido. Por ser ex-presidente do PSDB, Alckmin tem um voto com peso importante na escolha do candidato tucano à Presidência. A dúvida é se o ex-governador fará uso desse “poder” enquanto negocia sua filiação com outros partidos para disputar a eleição de 2022.
O colégio eleitoral do PSDB foi dividido em quatro nas prévias. Alckmin vota em um grupo mais seleto, do qual fazem parte governadores, vice-governadores, deputados federais, senadores, ex-presidentes do PSDB e o atual mandatário do partido.
A campanha do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, afirma que tem vantagem neste grupo e conta com o voto de Alckmin. Interlocutores do ex-governador, no entanto, admitem que o assunto causa constrangimento.
Três políticos próximos a Alckmin disseram à coluna que ele votará nas prévias tucanas, em Brasília, se ainda estiver no partido em 21 de novembro. Outros dois interlocutores afirmaram esperar que Alckmin acerte a desfiliação antes das prévias para evitar o mal-estar.
Alckmin postergou a saída do PSDB justamente para ajudar Leite angariar votos em São Paulo na briga contra João Doria. O atraso também serviu como uma desculpa para Alckmin ganhar tempo e analisar as propostas do PSD e do União Brasil, que nascerá a partir da fusão do PSL com o DEM.
A coluna questionou Alckmin sobre sua participação nas prévias, mas o ex-governador não retornou os contatos até a publicação desta reportagem.
