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Transparência Internacional: interferência de Bolsonaro em órgãos de investigação afeta Brasil na OCDE

Relatório da Transparência Internacional Brasil mostrou também que Bolsonaro colocou eleição em risco

atualizado 20/09/2022 7:29

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jair bolsonaro olha o relógio Fábio Vieira/Metrópoles

Jair Bolsonaro interferiu em órgãos de investigação e colocou em risco as eleições ao ameaçar continuamente a democracia no país, apontou um relatório da Transparência Internacional Brasil publicado nesta terça-feira (20/9). A entidade avaliou “graves retrocessos” na forma como o Brasil vem cumprindo compromissos internacionais no combate à corrupção que prometeu respeitar em 2005.

A análise independente mostrou também que o Brasil pode ter mais prejuízos internacionais por causa dos retrocessos do governo Bolsonaro. A almejada entrada do país na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) seria uma das agendas afetadas.

“Múltiplas agências federais anticorrupção sofreram interferência do Presidente Bolsonaro e de outras esferas do governo nos últimos anos”, disse o texto, citando a Polícia Federal, a Procuradoria-Geral da República (PGR) e a Controladoria-Geral da União. A entidade apontou omissões da PGR.

“O procurador-geral, Augusto Aras, escolhido por Bolsonaro apesar de não estar na lista votada pelos procuradores, trabalhou para proteger o presidente e seus filhos, para enfraquecer as forças-tarefas anticorrupção dentro do Ministério Público Federal e para defender os interesses do governo em múltiplas ocasiões”.

O documento mostrou preocupação ainda com os ataques sem prova de Bolsonaro às urnas. Essa postura colocou a eleição de outubro em risco, de acordo com a Transparência Internacional Brasil.

“O presidente Bolsonaro ameaça continuamente as instituições democráticas e o Estado de
Direito, contribuindo para a disseminação de desinformação e para um ambiente de desconfiança eleitoral cada vez mais intenso. As próximas eleições, em 2022, foram colocadas em risco, pois a atmosfera social e política do país vem se agravando”.

Órgãos de fora do enfrentamento clássico à corrupção também sofreram “interferência política”, seguiu o relatório, que mencionou o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

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