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Governo venceu Alcolumbre pelo cansaço nas sabatinas do STJ

Senadores avaliam que, ao sinalizar que Lula não tem pressa nas indicações da PGR e do STF, governo driblou pressão de Alcolumbre

atualizado 19/10/2023 16:21

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Presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal, senador Davi Alcolumbre (União-AP) - metrópoles Vinícius Schmidt/Metrópoles

Dando sinais de que não tem pressa para fazer as indicações ao Supremo Tribunal Federal (STF) e à Procuradoria-Geral da República (PGR), o governo Lula conseguiu uma vitória temporária contra Davi Alcolumbre, presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.

Alcolumbre tinha prometido segurar as sabatinas dos três indicados por Lula ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) até a indicação do próximo PGR, mas recuou e as marcou para a próxima quarta-feira (25/10).

Dois recados do Palácio do Planalto foram essenciais para essa virada de mesa. O primeiro foi que a PGR interina, Elizeta Ramos, não é uma opção ruim para Lula. Mais do que isso, a visão do governo é que ela deve evitar desgastes para tentar emplacar a continuidade no cargo.

O segundo foi que interlocutores do presidente passaram a dizer que, no Supremo, também não há pressa, e a indicação pode ficar para 2024. Isso necessariamente reduz o poder de fogo de Alcolumbre porque, como mostrou a coluna, o Congresso ainda está à espera de bilhões em liberações de emendas e verbas de ministérios ainda neste ano.

Se Alcolumbre puxar demais a corda, corre o risco de não contar com boa vontade do governo em atender a ele e a seus aliados daqui até o fim do ano. Assim, não conseguiria influenciar muito em nenhuma das duas indicações, segundo a avaliação de senadores ouvidos pela coluna.

Hoje, os candidatos favoritos de Alcolumbre para a PGR e o STF são o vice-procurador-geral-eleitoral, Paulo Gonet, e o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, respectivamente.

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