Geraldo Alckmin não conseguiu levar para o PSB o ex-prefeito de Santos Paulo Alexandre Barbosa, que foi secretário de uma das suas gestões em São Paulo e era um dos aliados mais fiéis que o ex-governador mantinha no PSDB. Pior: o ex-prefeito, que deve concorrer a deputado federal, optou por continuar junto aos tucanos.
Barbosa havia alinhado a filiação ao PSD, de Gilberto Kassab, na época em que Alckmin negociava com o partido para concorrer ao governo de São Paulo. Surpreendido com a aproximação entre o ex-governador e Lula, Barbosa avaliou que não teria como acompanhar Alckmin sem perder o eleitorado que conquistou na Baixada Santista.
Outro impeditivo para Barbosa migrar para o PSB era a presença da deputada Rosana Valle, que disputa o mesmo eleitorado do ex-prefeito em Santos. No apagar das luzes, no entanto, Rosana decidiu se filiar ao PL e poderá ser indicada para a vice de Tarcísio de Freitas, o candidato bolsonarista ao governo de São Paulo.
Rodrigo Garcia, o novo governador de São Paulo, ensaiava um movimento de reaproximação com Barbosa desde que Alckmin aceitou a oferta para ser vice de Lula.
Em 2018, Barbosa afirmou que João Doria era um “traidor” e declarou voto em Márcio França, do PSB, no segundo turno da eleição ao governo de São Paulo. Ele foi alvo de um processo de expulsão por infidelidade partidária, mas a ação acabou arquivada em 2019.
O PSDB de São Paulo julga que Barbosa terá uma votação expressiva e que poderá ajudar o partido na eleição para a Câmara. Além disso, Garcia vê a reconstrução das pontes com Barbosa como um movimento estratégico para entrar na Baixada Santista, região habitada por quase 2 milhões de paulistas. Márcio França, que pretende concorrer mais uma vez ao governo, tem como reduto eleitoral a cidade de São Vicente, também localizada nessa faixa do litoral.
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Quinze anos depois de concorrerem como rivais nas eleições ao cargo de chefe do Executivo federal, o ex-presidente Lula (PT) e o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) ensaiam formar aliança inusitada para 2022
Ana Nascimento/ Agência Brasil
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Lula e Alckmin disputaram o segundo turno das eleições presidenciais de 2006 em uma campanha marcada por ataques mútuos. Lula saiu vencedor com 48,61% dos votos
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Após a derrota, Alckmin seguiu como oposição ferrenha a Lula
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No entanto, mirando nas eleições de 2022, o ex-presidente mostrou interesse em ter Alckmin como vice
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O ex-governador, inclusive, tem sinalizado favoravelmente ao petista
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A aliança entre os políticos é estratégica. Ter Alckmin como vice pode atrair setores do mercado e do empresariado que resistem ao nome de Lula como candidato à Presidência da República
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O tucano pode, também, agregar mais votos de São Paulo, o maior colégio eleitoral do país
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De acordo com pesquisa realizada em setembro de 2021 pelo Datafolha, Alckmin estava na liderança para o governo paulista
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A aliança entre os políticos foi oficializada em abril de 2022. A "demora" envolveu, além das questões legais da política eleitoral, acordo sobre a qual partido o ex-governador se filiaria
Ana Nascimento/ Agência Brasil
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Ao ser vice de Lula, Alckmin almeja ganhar ainda mais projeção política, o que o beneficiará durante possível corrida presidencial em 2026
Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Pouco antes do Natal, Lula e Alckmin tiveram o primeiro encontro
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Em 18 de março de 2022, Alckmin anunciou a filiação ao PSB, depois de 33 anos no PSDB
Divulgação/ Ricardo Stuckert
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