O entorno de Sergio Moro tem dito que o ex-juiz considera, na verdade, que Lula vai vencer esta eleição, e o apoio a Jair Bolsonaro seria uma forma de tentar roubar do atual presidente a liderança da extrema direita e, assim, pavimentar uma candidatura ao Palácio do Planalto em 2026.
Ao considerar o empenho de Moro para eleger Bolsonaro, é pouco crível que o ex-juiz torça pela vitória de Lula. Mas o raciocínio faz certo sentido.
Com Bolsonaro derrotado e mergulhado na avalanche de processos a que terá de responder fora do mandato, Moro estaria livre para tentar ser o principal rosto da oposição ao PT junto ao eleitorado bolsonarista.
Junto ao eleitorado, é bom dizer. No Congresso, dificilmente conseguirá ter relevância: é odiado pela maioria dos seus futuros colegas.
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Após 22 anos de magistratura, o ex-juiz Sergio Moro, conhecido por conduzir a Lava Jato, firmou aliança com Bolsonaro e assumiu a condução do Ministério da Justiça, em 2019
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A união dos dois se deu pela forte oposição ao ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
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Presidente Jair Bolsonaro e o então ministro Sergio Moro
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Outrora aliados, Bolsonaro e Moro trocam críticas públicas frequentemente
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No fim de agosto de 2019, Bolsonaro ameaçou tirar Maurício Valeixo, chefe da Polícia Federal indicado por Moro, do cargo de direção da corporação
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“Ele é subordinado a mim, não ao ministro, deixar bem claro isso aí”, afirmou, na época, o presidente
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Em 24 de abril de 2020, Bolsonaro exonerou Valeixo do comando da PF e Moro foi surpreendido com a decisão
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Sergio Moro critica o presidente Jair Bolsonaro (PL) em uma entrevista ao Estadão
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Para o senador, Moro não representa um adversário forte por não integrar o cenário político e não possuir o "exército de seguidores" de Bolsonaro
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Em novembro, o ex-juiz retorna ao Brasil e se filia ao partido Podemos. Pela sigla, lançou-se pré-candidato à Presidência da República
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A relação, antes amigável, torna-se insustentável. Em entrevistas e nas redes sociais, Moro e Bolsonaro protagonizam trocas de farpas