Aliados de João Doria têm avaliado que, mesmo com pesquisas qualitativas do PSDB apontando há tempos que uma das principais razões para sua rejeição é o excesso de marketing pessoal, o governador de São Paulo ainda não aprendeu a lição. E citam dois episódios recentes que ilustram isso.
Primeiro, foi a liberação do uso de máscaras. Doria quis surfar na popularidade da decisão com parte da população, o que dificilmente colaria, considerando que ele foi criticado e é rejeitado pela parcela de São Paulo que considerou excessivas as necessárias medidas restritivas contra a Covid. O efeito de tentar se associar à liberação da máscara tende a, na avaliação desses integrantes da campanha, reforçar a rejeição contra ele.
O outro episódio foi com José Luiz Datena. O apresentador topou entrar para a chapa de Rodrigo Garcia, passando por cima da resistência que ele sempre teve a Doria, de quem não gosta. Após ser divulgado que Datena se filiaria ao União Brasil e se aliaria aos tucanos, Doria divulgou uma foto dele com o apresentador para a imprensa, o que irritou Datena.
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João Agripino da Costa Doria Junior, nascido em 1957, é empresário, publicitário, jornalista e político brasileiro. Natural de São Paulo, foi eleito governador do estado para o mandato de 2018 a 2022
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Filho do publicitário e ex-deputado federal João Doria e da empresária paulista Maria Sylvia Vieira de Moraes Dias Doria, o atual governador de São Paulo e sua família precisaram morar por anos na França, após o pai ter sido perseguido durante a ditadura militar
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Em 1970, após voltar ao Brasil, Doria pediu estágio em uma empresa publicitária no departamento de rádio e TV. Tomou gosto pela carreira, ingressou em um curso de comunicação e, mais tarde, tornou-se diretor da Rede Bandeirantes de Televisão
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Doria também foi colunista da revista IstoÉ Dinheiro, apresentou o reality show Aprendiz e o Aprendiz Universitário. Foi também editor de livros, palestrante no Brasil e no exterior, e fundador do grupo Doria, de comunicação e marketing
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João também foi secretário de Turismo de São Paulo, presidente da Paulistur e da Embratur
Governo de São Paulo
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Em 2012, foi eleito umas das cem pessoas mais influentes do mundo pela revista IstoÉ e, em 2014, eleito como um dos cem lideres de melhor reputação pela revista Exame
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Em 2001, filiou-se ao Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) e, em 2016, lançou-se candidato à prefeitura de São Paulo. Eleito, Doria se tornou o primeiro candidato a ocupar o cargo em primeiro turno desde 1992
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Cerca de 15 meses depois de tomar posse como prefeito, renunciou ao cargo para concorrer ao governo de São Paulo
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Em 2018, venceu Márcio França na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes
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Durante a pandemia da Covid-19, Doria ganhou força ao se posicionar contra o presidente Jair Bolsonaro. Durante o ano de 2020, uniu-se ao Instituto Butantã para desenvolver uma vacina eficaz contra o coronavírus. Em 2021, organizou coletiva para vacinar a primeira pessoa no Brasil
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Doria, no entanto, também coleciona polêmicas. Além de ter virado réu, acusado de receber propina para beneficiar o consórcio FM Rodrigues/CLD enquanto era prefeito, o empresário causou confusão com educadores após mandar retirar de escolas apostilas sobre identidade de gênero. Durante a pandemia, não agradou os paulistas ao ter viajado, mesmo depois de endurecer as regras de isolamento no estado
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Opositor de Bolsonaro nas Eleições de 2022, Doria venceu as previas do PSDB e, até o momento, está oficializado como pré-candidato à Presidência da República
Igo Estrela/Metrópoles
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