O deputado e presidenciável André Janones, do Avante de Minas Gerais, mantém em seu gabinete um assessor que admitiu ao MP ter ocupado dois cargos públicos ao mesmo tempo e coordenou sua campanha. Janones apareceu em quinto lugar ao Planalto na mais recente pesquisa Ipec, no último dia 14, empatado com o governador João Doria, do PSDB.
Cefas Luiz Paulino despacha no gabinete de Janones desde fevereiro de 2021, com um salário de R$ 10,5 mil. Em 2016, Paulino assinou um acordo com o Ministério Público de Goiás em que reconheceu que ocupou cargos públicos no Legislativo e no Executivo ao mesmo tempo, o que é ilegal.
Naquela época, Paulino trabalhou no gabinete do deputado estadual Marquinho do Privê, do PSDB, na Assembleia Legislativa de Goiás enquanto cumpria expediente na prefeitura de Rio Quente (GO). O assessor pagou uma multa de R$ 6 mil. O deputado estadual, R$ 10 mil.
Em 2018, Paulino contribuiu duplamente para a campanha que levou André Janones à Câmara: como doador e como prestador de serviço. Doou R$ 50 e recebeu R$ 5 mil por serviços não detalhados pelo deputado à Justiça Eleitoral. Janones sustenta que os serviços eram de “coordenação de campanha”.
Na pesquisa Ipec do último dia 14, Janones causou surpresa ao aparecer em quinto na campanha presidencial, atrás apenas de Lula, Jair Bolsonaro, Sergio Moro e Ciro Gomes. Pontuou 2%, ao lado de João Doria e à frente de Cabo Daciolo, Rodrigo Pacheco, Alessandro Vieira e Simone Tebet. Desconhecido até na Câmara, o deputado novato se destaca por sua atuação nas redes sociais. Apenas no Facebook, tem 7 milhões de seguidores.
Procurado, disse André Janones, por meio de seu gabinete: “O deputado não conhecia o assessor Cefas Paulino em 2016, uma vez que ele integrou sua equipe apenas a partir de 2018”, acrescentando que os serviços de Paulino na campanha foram regulares. Procurado, Paulino não respondeu.
