A corrente petista Articulação da Esquerda defendeu nesta quarta-feira (2/3) que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) recue na guerra da Rússia contra a Ucrânia. O grupo do PT argumenta que a organização segue interesse de países “imperialistas”.
Desde o fim da União Soviética, em 1991, a Otan, encabeçada por Estados Unidos e Europa, incorporou 13 países da região, entre eles as ex-repúblicas soviéticas Estônia, Lituânia e Letônia.
A Ucrânia é atualmente um “país-associado” à Otan, o que significa que pode se unir à organização no futuro. A invasão russa à Ucrânia, deflagrada na semana passada, tem como um de seus principais panos de fundo os temores da Rússia com o avanço da aliança militar.
O grupo petista admite que ainda é cedo para ter todas as informações necessárias para assumir uma posição. Contudo, alega que a guerra atinge mais as classes trabalhadoras e que não será resolvida sem obedecer aos interesses das “grandes potências capitalistas”.
“Ao povo brasileiro, à classe trabalhadora brasileira, à esquerda brasileira, interessa uma saída pacífica e negociada, uma solução que enfraqueça a Otan e os governos imperialistas, a começar pelos Estados Unidos”, diz a nota da Articulação da Esquerda, corrente do partido.
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Otan é a sigla para Organização do Tratado do Atlântico Norte, uma aliança militar intergovernamental criada em 4 de abril de 1949, após o final da Segunda Guerra Mundial
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Os países signatários do tratado, na época, eram a Bélgica, França, Noruega, Canadá, Islândia, Países Baixos, Dinamarca, Portugal, Itália, Estados Unidos, Luxemburgo e Reino Unido
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Quando criada, reunia países ocidentais e capitalistas, liderados no contexto da bipolaridade formada entre os Estados Unidos (EUA) e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), no período da Guerra Fria
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A Otan tinha por objetivos impedir o avanço do bloco socialista no continente europeu, fazendo frente à URSS e a seus aliados da Europa Oriental, além de fornecer ajuda mútua a todos os países membros
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A aliança era baseada em três pilares: a defesa coletiva dos Estados membros, impedir o revigoramento do militarismo nacionalista na Europa, e encorajar a integração política europeia
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O período de bipolaridade entre EUA e URSS dividiu o mundo. Os dois países e seus respectivos aliados mantinham-se em alerta para eventuais ataques bélicos
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A Otan investiu em tecnologia de defesa, na produção de armas estratégicas e também espalhou pelas fronteiras soviéticas sistemas de defesa antimísseis
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Na fase final da Guerra Fria, a organização passou a assumir novos papéis. Em 1990, sob ordem do Conselho de Segurança da ONU, a Otan interveio no conflito da ex-Iugoslávia. Foi a primeira vez que agiu em território de um Estado não membro
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Em 2001, a Otan anunciou a aplicação do princípio da segurança coletiva: um ataque feito a um país membro seria um ataque contra todos os demais
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Como os ataques terroristas ocorridos em setembro de 2001 foram considerados atos de guerra pelo governo norte-americano, a cláusula foi acionada. Por esse motivo, a organização participou da invasão ao Afeganistão
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Além de ver o terrorismo como nova ameaça, a Otan colaborou com operações de paz e realizou ajuda humanitária, como aos sobreviventes do furacão Katrina, em 2005
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Soldados da Otan também realizaram operações militares em zonas conflituosas do mundo, como o Bálcãs, o Oriente Médio e o norte da África
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Atualmente, a aliança é composta por 32 países, localizados principalmente na Europa
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Bósnia e Herzegovina, Geórgia e Ucrânia são os três países classificados como “membros aspirantes” à organização. Porém, para a Rússia, a perspectiva da antiga república soviética Ucrânia se juntar à Otan é impensável
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