Investigação e informações exclusivas em política, negócios, cultura e esporte. Com Athos Moura, Bruna Lima, Eduardo Barretto e João Pedroso de Campos

Caetano Veloso e o “-R” retroflexo: veja a setlist da nova turnê

Caetano estreou ontem em Belo Horizonte sua nova turnê, "Meu coco", misturando as canções do álbum homônimo com alguns de seus clássico

atualizado 02/04/2022 14:00

Compartilhar notícia
Caetano Veloso em show Divulgação

Caetano Veloso estreou ontem em Belo Horizonte sua nova turnê, “Meu coco”, misturando as canções do álbum homônimo com alguns de seus clássicos. Uma surpresa foi “A outra banda da terra”, de 1983, música que Caetano raramente canta, lançada num dos discos que Caetano gravou com o grupo de mesmo nome, formado por Vinicius Cantuária, Tomás Improta, Perinho Santana e Arnaldo Brandão. No show de ontem, Caetano contou que a música era propositalmente cantada com o “-R retroflexo”, e explicou o termo.

No alfabeto fonético internacional, o -R retroflexo é representado pelo símbolo ɻ. É aquele “-R” típico de algumas cidades do interior paulista, predominantemente Piracicaba, em que o “-R” não sai arranhado, pelo contrário, é mais melódico e produzido com um leve enrolar da língua. Ouça abaixo a canção, em que Caetano já começa com “Amarrr, darrr tudo, não terrrr medo…”, para identificar o fonema.

O –R retroflexo é um dos fonemas mais exclusivos do português falado no Brasil, na comparação com outros países. Foi durante certo tempo mencionado apenas como característica do dialeto caipira, do interior de São Paulo, mas sua abrangência também chegou a Minas Gerais, Paraná e Mato Grosso do Sul.

Mas “R retroflexo” foi só lá pelo meio do show. O setlist foi aberto com uma sequência de três músicas do novo álbum, “Acalanto”, “Meu Coco” e “Anjos tronchos”.

Em seguida, cantou “Muito romântico”, do álbum “Muito”, lançado em 1978, e voltou para “Não vou deixar”, de “Meu coco”.

Lá pelas tantas, a plateia entoou um “Fora, Bolsonaro”, e Caetano respondeu: “Sem sombra de dúvida”, recebendo aplausos.

Veja a setlist completa abaixo.

“Acalanto” – álbum “Meu coco” (2021)
“Meu coco” – álbum “Meu coco” (2021)
“Anjos tronchos” – álbum “Meu coco” (2021)
“Muito romântico” – álbum “Muito” (1978)
“Não vou deixar” – álbum “Meu Coco” (2021)
“You don’t know me” – álbum “Transa” (1972)
“Trilhos urbanos” – álbum “Caetano Veloso” (1986)
“Ciclâmen do Líbano” – álbum “Meu Coco” (2021)
“A outra banda da Terra” – álbum “Uns” (1983)
“Araçá azul” – álbum “Araçá Azul” (1972)
“Cajuína” – álbum “Claros Musicales” (2022)
“Reconvexo” – álbum “Ofertório” (2018)
“Enzo Gabriel” – álbum “Meu Coco” (2021)
“O leãozinho” – álbum “Bicho” (1977)
“Itapuã” – álbum “Circuladô” (1991)
“O pulsar” – álbum “Caetano Veloso” (1986)
“A bossa nova é foda” – álbum “Abraçaço” (2012)
“Baby (Gal Costa) – álbum “Gal Costa” (1969)
“Menino do Rio” – álbum “Caetanear” (1985)
“Sem samba não dá” – álbum “Meu Coco” (2021)
“Lua de São Jorge” – álbum “Caetanear” (1985)
“Mansidão” (Gal Costa) – álbum “Recanto” (2011)
“Odara” – álbum “Caetanear” (1985)

Já leu todas as notas e reportagens da coluna hoje? Clique aqui.

Siga a coluna no Twitter e no Instagram para não perder nada.

Compartilhar notícia
Tá bombando
Siga as redes do Guilherme Amado
Últimas da coluna
Compartilhar