O aplicativo Coronavírus SUS, criado pelo Ministério da Saúde para divulgar informações sobre a Covid-19, está defasado. O app do governo Bolsonaro ignora vacinas e comprovante de vacinação para turistas, além de desconsiderar fake news. Um ano e nove meses após o início da pandemia, a doença matou 619 mil brasileiros.
Na aba que trata das vacinas disponíveis no Brasil, o aplicativo lista apenas a aprovação emergencial da Coronavac e da AstraZeneca. Não há menções aos imunizantes da Pfizer e da Janssen, ambos largamente utilizados no programa de imunização do Ministério da Saúde.
Não há referências também a aprovações definitivas dos imunizantes junto à Anvisa. O aplicativo tampouco faz qualquer menção à vacinação infantil, que recebeu aval da Anvisa neste mês. Como resposta, Jair Bolsonaro voltou a atacar a vacina e intimidou servidores da Anvisa. Desde então, a agência tem recebido uma enxurrada de ameaças de morte.
Outra informação fundamental ausente: os cuidados necessários para turistas estrangeiros. Quem chega de fora do Brasil precisa apresentar o comprovante de vacinação, o que só passou a acontecer após exigência do STF, mas não há qualquer referência a isso no aplicativo oficial.
A parte de combate a fake news do aplicativo está fora do ar. O próprio Jair Bolsonaro é investigado por ter mentido e associado falsamente a vacina da Covid à Aids.
O Ministério da Saúde enfrenta dificuldades tecnológicas desde que um ataque hacker tirou servidores da pasta do ar no último dia 10. Dados detalhados dos casos de Covid-19 continuam inacessíveis.
