O Roberto Jefferson hiperbólico, que mistura palavras de um sofisticado vernáculos com ameaças golpistas e xingamentos que fariam Olavo de Carvalho se orgulhar, pouco lembra o político do centrão, poderoso chefão do PTB, que, tal como Arthur Lira, Ciro Nogueira, Valdemar Costa Neto ou Gilberto Kassab, sempre deu governabilidade ao governo da vez. Mas o que fez Jefferson chegar a esse ponto?
Roberto Jefferson não tem votos para voltar à política. Não seria eleito, hoje, nem para deputado estadual. Sua filha, Cristiane Brasil, também não conseguiu eleger-se em 2018 no Rio de Janeiro e, pressentindo novamente maus agouros no Rio em 2022, decidiu migrar para tentar a sorte nas urnas paulistas.
Agora, ao encarnar uma mistura de integralista, olavista e golpista, Jefferson tenta fazer o brasão da família surfar nas cristas do segmento mais radical do eleitorado, aqueles brasileiros que lembram com saudade 1964 e se excitam ao imaginar o que fazia Carlos Alberto Brilhante Ustra nos porões da ditadura. É essa turma que Jefferson tenta convencer a votar nele e na filha.
O papel do STF, agora, é ser ágil o suficiente para tirar-lhe os canais de propagação de discurso de ódio e, principalmente, a elegibilidade.