Nem preocupações sanitárias nem o real desvalorizado devem impedir os brasileiros de buscarem voos aos Estados Unidos quando as fronteiras forem reabertas. A avaliação é feita pelas principais aéreas do país, cada qual com uma estratégia formulada para atender a essa demanda reprimida.
A Gol, cuja operação internacional era destinada apenas às Américas, planeja retomar as operações para Orlando e Miami que mantinha antes da pandemia. Uma das prioridades será reforçar as partidas de Brasília para os Estados Unidos, uma das rotas mais rentáveis para a empresa.
Na Azul, o foco também estará voltado para o estado da Flórida, mas o número de decolagens pode crescer para além dos níveis pré-pandêmicos. Como a recuperação das viagens para a Europa deverá ocorrer de forma mais lenta, a empresa cogita utilizar as aeronaves que iam até Lisboa para reforçar a malha aérea destinada aos Estados Unidos. As rotas partindo de Belém e do Recife ganharão uma atenção especial com essa estratégia.
Já a Latam tem usado aviões maiores nas rotas domésticas de maior duração, como as que partem de São Paulo em direção a Manaus e Salvador transportando passageiros ou cargas. A Latam é a aérea brasileira com maior operação no exterior e manteve durante a pandemia poucos voos para destinos americanos, como Nova York. No entendimento da empresa, a frota que ia para os Estados Unidos não será retomada integralmente no curto prazo, pois não haverá demanda suficiente. A prioridade será recuperar ao máximo os voos que partiam de Guarulhos, principal hub da Latam.
Oportunidades de mercado poderão alterar essas estratégias. A Latam, por exemplo, não planejava abrir voos diretos entre Cancun e Guarulhos, mas estabeleceu uma rota diária para a cidade mexicana com a alta procura de brasileiros nos últimos meses. Como só exige um teste negativo de Covid-19 para entrada de turistas, o México se tornou o destino preferido para quem deseja tirar férias no exterior ou fazer a quarentena exigida pelos Estados Unidos.