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2021 termina com Allan dos Santos fora da lista da Interpol

Moraes determinou extradição há dois meses; departamento que cuida do caso no Ministério da Justiça segue acéfalo

atualizado 30/12/2021 12:14

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Allan dos Santos do blog terça livre Hugo Barreto/Metrópoles

O ativista bolsonarista Allan dos Santos vai virar o ano sem ter seu nome incluído na lista vermelha da Interpol. A requisição foi feita pelo ministro do STF Alexandre de Moraes há dois meses. O departamento do Ministério da Justiça que cuida de extradições segue acéfalo.

Na prática, a ausência de Allan dos Santos entre os procurados pela polícia internacional permite que ele fique nos Estados Unidos sem o risco de ser extraditado para o Brasil, contrariando a decisão de Moraes.

Próximo da família Bolsonaro, o militante é investigado no STF por disseminar fake news e financiar atos antidemocráticos.

O pedido de inclusão de seu nome na lista de foragidos internacionais da Interpol causou exonerações no Ministério da Justiça e intervenções no Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI), órgão da pasta responsável pelos trâmites burocráticos de pedidos de extradição.

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A relação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, com o presidente Jair Bolsonaro é, de longe, uma das mais tumultuadas do cenário político brasileiro
No capítulo mais acalorado, no último 7 de Setembro, o presidente chamou o ministro de “canalha” e ameaçou afastá-lo do cargo
O motivo? Moraes expediu ordem de busca e apreensão contra bolsonaristas e bloqueou contas bancárias de entidades suspeitas de financiar atos contra o STF
“Sai, Alexandre de Moraes, deixe de ser canalha, deixe de oprimir o povo brasileiro”, disse o presidente diante de uma multidão
Meses antes, em fevereiro, Moraes havia mandado prender o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), aliado do presidente
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Daniel Ferreira/Metrópoles
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A relação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, com o presidente Jair Bolsonaro é, de longe, uma das mais tumultuadas do cenário político brasileiro

Getty Images
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No capítulo mais acalorado, no último 7 de Setembro, o presidente chamou o ministro de “canalha” e ameaçou afastá-lo do cargo

Reprodução
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O motivo? Moraes expediu ordem de busca e apreensão contra bolsonaristas e bloqueou contas bancárias de entidades suspeitas de financiar atos contra o STF

HUGO BARRETO/ Metrópoles
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“Sai, Alexandre de Moraes, deixe de ser canalha, deixe de oprimir o povo brasileiro”, disse o presidente diante de uma multidão

Fábio Vieira
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Meses antes, em fevereiro, Moraes havia mandado prender o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), aliado do presidente

Aline Massuca
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Moraes também é relator de inquéritos em que o presidente e vários de seus aliados aparecem como investigados

Daniel Ferreira/Metrópoles
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O mais recente é o que investiga Bolsonaro por associar as vacinas contra a Covid-19 com a contração do vírus HIV, causador da aids

Micheal Melo/ Metrópoles
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O inquérito motivou o início de mais um round entre os dois

Marcelo Camargo/ Metrópoles
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“Tudo tem um limite. Eu jogo dentro das quatro linhas, e quem for jogar fora das quatro linhas não vai ter o beneplácito da lei. Se quiser jogar fora das quatro linhas, eu jogo também”, disse o presidente

Rafaela Felicciano/Metrópoles

A primeira vítima foi a delegada da PF que chefiava o DRCI, Silvia Amelia de Oliveira. O departamento continua sem um chefe formal até hoje. Também perdeu o cargo a assessora internacional do Ministério da Justiça Georgia Sanchez Diogo.

Outra delegada que participou do pedido de extradição e que perdeu o posto foi Dominique Oliveira. Ela trabalhava na Interpol no Brasil.

Além disso, a forma como tramita um pedido de extradição também mudou por causa do ativista. Agora, o secretário nacional de Justiça, Vicente Santini, precisa assinar as requisições. Antes, bastava o aval da chefe do DRCI. A exemplo de Allan, Santini é amigo dos Bolsonaro.

A estratégia do governo Bolsonaro para postergar a inclusão do alvo do STF na lista vermelha é alegar que o militante é investigado por crimes políticos. A Interpol não atua nesses casos.

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