Observadora do cenário político do DF, lança luz nos bastidores do poder na capital.

PCDF investiga morte de menino de 13 anos em hospital particular

Miguel teve diagnóstico de bactéria quando o quadro era gravíssimo. A 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul) abriu inquérito para apurar o caso

atualizado 24/01/2025 13:58

Compartilhar notícia
Adolescente de 13 anos, chamado Miguel Fernandes Brandão, sorrindo em foto preto e branco. Miguel Fernandes Brandão, menino que morreu com infecção bacteriana da Streptococcus pyogenes Reprodução

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) investiga a morte de Miguel Fernandes Brandão, 13 anos, no Hospital Brasília, localizado no Lago Sul. A família relatou suposta negligência médica em boletim de ocorrência registrado no dia 30 de dezembro de 2024. A 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul) abriu inquérito para apurar o caso.

Miguel morreu em novembro, com o corpo necrosado, 26 dias depois de dar entrada na unidade hospitalar. A mãe, Genilva Fernandes, 40, disse à coluna Grande Angular que o diagnóstico de infecção pela bactéria Streptococcus Pyogenes e o tratamento demoraram a ocorrer.

Entenda o caso

  • Miguel Fernandes, de 13 anos, começou a apresentar febre, coriza e espirros, inicialmente tratados como rinite alérgica pela mãe, com uso de Novalgina.
  • Após agravamento dos sintomas, Miguel foi ao Hospital Brasília no dia 14 de outubro, onde exames descartaram influenza e Covid-19.
  • No dia seguinte, em 15 de outubro, Miguel apresentou novos sintomas, como vômitos, diarreia, unhas roxas e fraqueza nas pernas. Retornou ao hospital, onde exames inconclusivos levantaram suspeitas de miocardite e dengue.
  • Miguel foi transferido para um quarto adulto devido à falta de vagas na pediatria. O quadro clínico persistia grave, com febre, exantema e fraqueza, sem diagnóstico definido.
  • A mãe, Genilva, denunciou o atendimento inadequado  e a demora na realização de exames na Ouvidoria.
  • Miguel desenvolveu choque séptico com falência de órgãos. Foi transferido para a UTI após deterioração significativa de sua saúde, com necessidade de intubação e hemodiálise. Na UTI, os médicos identificaram a infecção por Streptococcus pyogenes e Influenza A, enfermidades responsáveis pelo agravamento do quadro.
  • Miguel passou várias vezes por raspagem dos tecidos necrosados, mas ainda apresentava múltiplas complicações, como falência renal e cerebral.
  • Um traqueostomia agravou ainda mais sua condição e ele passou por mais um choque séptico.
  • Miguel morreu na madrugada do dia 09 de novembro devido a choque séptico por Streptococcus pyogenes, Influenza A, insuficiência renal aguda e gangrena periférica.

As costas, os glúteos, as pernas e as partes íntimas do menino ficaram necrosadas e tiveram de passar por raspagem para retirada do tecido morto. Fotos enviadas à reportagem pela família mostram essas graves feridas no corpo de Miguel. A coluna optou por não divulgar todas as imagens.

6 imagens
Miguel Fernandes na unidade de terapia intensiva (UTI), em 19 de outubro de 2024
Miguel Fernandes, na UTI, em 7 de novembro de 2024, dois dias antes de morrer
Miguel Fernandes Brandão, 13 anos
O adolescente com os pais, Luiz e Genilva Brandão
Miguel amava futebol e era o melhor do time, segundo a mãe
1 de 6

2 de 6

Miguel Fernandes na unidade de terapia intensiva (UTI), em 19 de outubro de 2024

Reprodução
3 de 6

Miguel Fernandes, na UTI, em 7 de novembro de 2024, dois dias antes de morrer

Reprodução
4 de 6

Miguel Fernandes Brandão, 13 anos

Reprodução
5 de 6

O adolescente com os pais, Luiz e Genilva Brandão

Reprodução
6 de 6

Miguel amava futebol e era o melhor do time, segundo a mãe

Reprodução

Em ao menos dois documentos, a equipe médica do Hospital Brasília citou “ansiedade” da mãe com o quadro do filho, antes de ele ser internado na UTI com choque séptico.

A família reconhece os esforços intensivos da equipe da UTI, mas diz que já era “tarde demais” e que a negligência médica ocorreu no início do atendimento. “Meu filho foi matado no hospital. Na UTI, fizeram o possível, exceto a médica que perfurou a bexiga dele”, afirmou Genilva.

Em depoimento à PCDF, a mãe de Miguel relatou ter sido informada por um infectologista de que se o filho tivesse chegado à UTI “um pouco antes, o tratamento teria maiores chances de sucesso, pois o quadro era gravíssimo”.

O outro lado

Em nota enviada ao Metrópoles, a assessoria do Hospital Brasília afirma que, “apesar dos esforços da equipe médica no caso Miguel Fernandes, não foi possível reverter o quadro infeccioso que o acometeu”.

A unidade hospitalar disse que lamenta o ocorrido e se solidariza com a família. Segundo o hospital, está em curso uma “rigorosa análise da assistência, à altura da responsabilidade que temos com os nossos pacientes e profissionais de saúde”. O Hospital Brasília declarou que as anotações no prontuário referentes à ansiedade materna são “inadequadas”.

A unidade hospitalar disse que está em contato com a família e que está à disposição para prestar esclarecimentos junto a mesma e às autoridades.

Colaborou Carlos Carone

Compartilhar notícia
Tá bombando
Últimas notícias
  • Teste editor

    Teste editor Receba notícias de Saúde e Ciência no seu WhatsApp e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal de notícias do Metrópoles no WhatsApp. Para ficar por dentro de tudo sobre ciência e nutrição, veja todas as reportagens de Saúde.

  • Teste de post1

    Teste de post1 Receba notícias de Saúde e Ciência no seu WhatsApp e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal de notícias do Metrópoles no WhatsApp. Para ficar por dentro de tudo sobre ciência e nutrição, veja todas as reportagens de Saúde.

  • three old ordered tests

    Fique por dentro! Receba notícias de Entretenimento/Celebridades no seu WhatsApp e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal de notícias do Metrópoles no WhatsApp. Para ficar por dentro de tudo sobre o universo dos famosos e do entretenimento siga o perfil Metrópoles Fun no Instagram.

Compartilhar