Mensagens encontradas em celulares de integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) indicam que o plano para sequestrar o ex-juiz Sergio Moro era monitorado por integrantes da facção na Bolívia.
O material é citado na decisão da Justiça Federal do Paraná que condenou oito integrantes do PCC envolvidos no plano contra o senador paranaense.
O integrante do PCC apontado como líder do grupo responsável pela tentativa de sequestro de Moro é Janeferson Aparecido Mariano Gomes (foto em destaque), o Nefo. Ele foi morto no presídio de segurança máxima de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo, após o plano se tornar público.
Em 13 de dezembro de 2022, por exemplo, Nefo pede a uma mulher de nome Aline “aquele relatório que você tinha, aquele primeiro que você mando, o segundo, os endereços, se tiver fotos, foto do apartamento, foto da menina, tudo o que você tiver”.
Parte das mensagens mostram integrantes do PCC cobrando dos envolvidos dados sobre gastos e informações do plano.
Em um das conversas apreendidas pela PF, um integrante do PCC de apelido Milco ameaça encaminhar as informações prestadas “aos irmãos da financeira, lá da Bolívia,
“Não sei qual que é a dificuldade, o dia inteiro aí mano. O bagulho da engrenagem, aí, mano. Nós tá pedido desde uns dias a parada, não tá dando atenção, Boy. Fala pra ele que você vai jogar do jeito que tá aí. Depois ele vai trocar umas ideia com os irmãos da financeira, lá da Bolívia lá, Boy. Não vai ser comigo não. Entendeu?”, diz ele.
Segundo a denúncia, o fato evidencia que o financiamento é controle contábil era muito bem organizado. A PF ainda mostrou que Nefo mantinha contato com três terminais bolivianos entre fevereiro e março de 2023.
Em outra mensagem, o integrante do PCC volta a cobrar informações dos gastos e cita, novamente, faccionados na Bolívia.
“E a fita é a seguinte, Boy. O Fala, na hora que ele pular em você, fala pra ele, já não é comigo mais não. Vou chutar seu número pros irmãos da Bolívia, lá, que os irmãos pediram, entendeu?”, diz a mensagem.
