O Carnaval do Rio só acaba depois do Desfile das Campeãs, que acontece neste sábado (8/3), mas as tretas envolvendo a apuração das notas parece que ainda vai se estender. E a Unidos de Padre Miguel, que ficou na última colocação e vai voltar para a Série Ouro no ano que vem, resolveu agir contra a Liga Independente das Escolas de Samba do Rio (Liesa).
“A escola está reunindo todos os elementos necessários para apresentar um pedido formal, baseado em uma análise criteriosa das justificativas divulgadas”, afirmou a agremiação da zona oeste da cidade.
Revisão das notas
A escola ainda explicou o motivo de recorrer: “Durante a revisão das justificativas, foram identificadas inconsistências graves, incluindo penalizações em quesitos específicos devido a uma falha técnica no caminhão de som — um problema alheio à responsabilidade da Unidos de Padre Miguel e que, portanto, não deveria ter resultado em perda de pontos”, declarou.
E finalizou: “Diante dessas e outras irregularidades, a escola buscará os meios adequados para contestar a decisão, sempre pautada no respeito, na isonomia e na valorização do trabalho de toda a sua comunidade”, encerrou.
Reação dos internautas
Através de seu perfil no X, antigo Twitter, a Unidos de Padre Miguel reclarou de mais uma explicação dos jurados: “Despontuar uma escola por fazer utilização do dialeto da sua cultura é minimamente uma avaliação despreparada! Esquecer nossa oralidade para atender um acadêmico, não negro não está nos planos da nossa escola”, escreveu.
Nos comentários, os fãs concordaram: “Retirar ponto da Unidos de Padre Miguel por excesso de termos em Iorubá, além de racismo explícito é um excelente exemplo do despreparo dos jurados com relação aos temas relacionados ao continente africano que esse ano, diga-se de passagem, povoaram belamente a Sapucaí. Precisamos de mais jurados especializados no tema África”, postou um. “É nisso que dá colocarem somente jurados brancos pra ‘julgarem’ a festa de pretos. Essa argumentação de haver excesso de palavras em Iorubá é uma vergonha. É racismo grotesco”, analisou outra. “Racismo descarado, se você se dedica a ser jurado da maior festa preta do planeta o mínimo que deve ser exigido é estudo, gabarito!”, disparou um terceiro.