Preocupado com a natureza e o meio ambiente, Ronaldo Fraga é um estilista que, além da marca própria, desenvolve projetos de aculturação de design e geração de renda em todo o Brasil. Para a revista Breeza, que a coluna Fábia Oliveira teve acesso em primeira mão, o stylist falou sobre suas inspirações e uso de psicodélicos, como o LCD.
“A fonte que eu bebo é o Brasil, sempre foi o Brasil. Porque, afinal de contas, um país onde te dá uma fonte inesgotável daquilo que assombra, mas também que alumbra. Você pode discutir todas as questões contemporâneas do nosso tempo a partir de questões do Brasil. Seja pela cultura brasileira, seja pelo dia a dia, seja pelos problemas, mas o Brasil sempre foi a minha fonte inesgotável”, disse para a publicação.
Ao ser questionado se psicodélicos estavam na moda, Fraga confidenciou que faz uso. “Vou falar por mim. Maconha nunca foi o meu alucinógeno. Eu não sei fumar, nunca fumei o cigarro normal. Então, nem a maconha eu sei fazer, eu não sei tragar. Mas LSD eu experimentei, experimento e gosto”, pontuou.
Ronaldo completou: “Principalmente quando eu estou na natureza. Eu vejo cores que com minhas lentes normais, eu nunca enxerguei, entendeu? Mas eu nunca tive uma relação com drogas que a minha geração teve. Eu acho que por ter perdido meus pais muito cedo, eu nunca tive a quem recorrer caso a coisa desse uma merda. Então, eu acho que isso me salvou, isso me preservou”.
O designer de moda deu mais detalhes sobre como se resguardou de não usar entorpecentes com frequência. “Eu tinha um amigo, um casal de amigos, que falava de artistas. E falava de cores que eles viam, que eles não viam de outro jeito. E eles falavam, olha, você que tem miopia alta você vai ver a cor das penas dos passarinhos. Aí, numa ocasião, eles estavam com LSD e eles não acreditavam que eu nunca tinha experimentado. Falei, cara, deixa eu resolver isso aqui”, contou.
Ele seguiu fazendo uma revelação: “E eu nunca tive preconceito em relação a LSD, como eu tenho de outras drogas. Eu tenho preconceito, por exemplo, com a cocaína. Eu acho cocaína baixo astral, nunca experimentei a cocaína. Sempre tive medo da cocaína. Mas o que eu experimentei foi essa, foi o LSD mesmo. A minha droga é um LSD e um vinho branco”.
Pai de dois jovens, Fraga lembrou que eles são usuários de cannabis contra a sua vontade. “Fumam maconha e eu sempre fui contra. Eu falava assim, deixa pra fumar a partir dos 25, porra. Porque tira a ambição das pessoas. É aquela coisa do tanto fácil, que não foi o caso dele. Eles são muito ligados e tal, mas na ocasião, na época eu ficava assim, não, deixa isso pra mais tarde”, refletiu.
Ronaldo explicou o porquê: “Eu tenho uma amiga que é uma médica holandesa e na época eu consultei a ela e ela é uma figura extremamente aberta e ela falou, olha, Ronaldo, eu sou contra o uso da maconha antes dos 25 anos, porque tem a última formação do cérebro que é a parte responsável pela ambição e ela tira a ambição das pessoas. E isso é muito ruim, tá?”.
Ronaldo Fraga ainda comentou com relação as drogas no mundo da moda, que costuma ser normalizado. “Das artes também. Então, são pessoas, normalmente ditas liberais, que exercitam mais essas experiências. Mas eu nunca fui do meio da moda, assim, sabe? Eu morando em Belo Horizonte, morando no Brasil, viajando muito pelo Brasil, eu sempre ia a São Paulo, lançava coleção e ia embora”, lembrou.
Por fim, Ronaldo Fraga destacou que nunca se envolveu muito nesse meio, fazendo apenas seu trabalho e mantendo uma certa distância. “Tenho relacionamentos cordiais. Eu falo que tenho um relacionamento cordial com outros colegas, mas eu nunca fui da moda, de viver a moda, dos bares da moda, da festa da moda. Eu sempre fui uma figura à parte disso”, concluiu.03
