O universo da beleza foi sacudido por um escândalo envolvendo Monique Elias, ex-esposa de Itamar Serpa Fernandes (1941-2023), fundador da Embelleze. A influenciadora está no centro de uma investigação que aponta um suposto esquema milionário de desvio de recursos, manipulação psicológica e criação de uma identidade falsa para enganar o empresário ao longo de dez anos.
De acordo com as investigações, Monique teria usado um perfil falso, sob o nome de Jéssica Ferrer, para influenciar decisões de Itamar e viabilizar a retirada ilegal de aproximadamente R$ 120 milhões da empresa e de suas contas pessoais. A descoberta da suposta fraude surpreendeu e revelou uma trama de manipulação que teria se estendido por anos.
A advogada criminalista Suéllen Paulino alerta que, caso as acusações sejam comprovadas, Monique pode enfrentar uma pena considerável. “O crime de falsidade ideológica tem previsão de reclusão de 1 a 5 anos, enquanto o estelionato pode resultar em até 5 anos de prisão, com aumento de pena caso tenha sido cometido por meios eletrônicos. Além disso, outras infrações podem ser identificadas ao longo do processo, elevando a punição total para mais de uma década”, explica.
Ainda segundo Suéllen Paulino, a criação de perfis falsos para influenciar e enganar terceiros levanta questões importantes sobre segurança digital e responsabilidade penal.
“No Brasil, essa prática pode ser enquadrada como crime, especialmente quando utilizada para obtenção de vantagens financeiras ou para causar prejuízo a alguém. O Código Penal prevê punições para falsidade ideológica, estelionato e falsa identidade, garantindo que, mesmo no ambiente digital, os responsáveis sejam punidos”.
Filho de Monique pode ser responsabilizado
Outro ponto sensível da investigação envolve João Carlos Tavares da Mata Serpa, filho de Monique e adotado por Itamar. De acordo com Suéllen Paulino, caso fique comprovado que ele participou do esquema ou teve ciência dos desvios, poderá responder criminalmente, independentemente de sua condição de herdeiro.
“A legislação brasileira determina que a responsabilidade penal é individual, ou seja, qualquer envolvimento direto pode resultar em acusações e punições”.
O caso segue em apuração e promete novos desdobramentos. Enquanto isso, a revelação da fraude impacta não apenas a reputação dos envolvidos, mas também a estrutura de um dos maiores impérios do ramo da beleza no Brasil.
Entenda o caso
O escândalo envolvendo a Embelleze ganhou novos desdobramentos nesse domingo (16/3). Monique Elias, influenciadora digital e ex-esposa de Itamar Serpa Fernandes, fundador da empresa, é acusada de desviar R$ 122 milhões das contas pessoais do empresário e da companhia. As investigações apontam que Monique teria criado um perfil falso, sob o nome de Jéssica Ferrer, para manipular Itamar e facilitar os desvios ao longo de uma década.
Após a exibição de uma reportagem no programa Fantástico, da TV Globo, detalhando as acusações, Monique utilizou suas redes sociais para se defender. Ela negou todas as alegações e afirmou estar sendo injustiçada. A influenciadora, que possui mais de 600 mil seguidores no Instagram e é mãe de quatro filhos, ressaltou sua inocência e disse confiar na justiça para esclarecer os fatos.
O caso também trouxe à tona disputas familiares pelo controle da Embelleze após a morte de Itamar Serpa, em 2023. Monique e Jomar Fernandes, filho do primeiro casamento do empresário, travam uma batalha judicial pela liderança da empresa.
