Nenhuma das filhas de Silvio Santos pode se meter no controle de A Praça É Nossa. De acordo com Carlos Alberto de Nóbrega, que apresenta o programa há 37 anos no SBT, ele e o dono da emissora fizeram um acordo para que ele tenha total autonomia.
A revelação foi feita pelo próprio apresentador, durante participação no podcast Boa Noite, Brasil, comandado por Cesar Filho. Apesar de o episódio ter sido exibido no fim do mês passado, a declaração viralizou nesta sexta-feira (13/9).
Carlos Alberto de Nóbrega contou ao jornalista que, após se reconciliar com o amigo, depois de passarem 11 anos brigados, ele resolveu fazer um pedido.
“Eu falei: ‘Não quero e nem tenho mais idade para ficar mais 11 anos brigado com você, só vou te pedir uma coisa, não precisa estar escrito, a sua palavra (basta), de que ninguém vai se meter no meu programa'”, recordou.
E continuou contando o episódio: “Ele falou: ‘Te dou minha palavra’. Estou lá (no SBT) há 37 anos, nunca ninguém, nem o Silvio (interferiu). Faço programa, se dá quinze (pontos de audiência) está bom, se dá quatro ou vinte [também] está bom”, afirmou, antes de reforçar.
“Nunca ninguém falou nada. Isso que me dá segurança e me dá o direito de errar, que sei que vou poder consertar”, explicou ele, que é filho de Manoel de Nóbrega, que também trabalhou na emissora.
Sobre o relacionamento com Silvio Santos, ele definiu: “Nossa amizade foi muito acima de salário e audiência. Foi uma amizade de eterna gratidão pelo que fez pelo meu pai”, declarou.
Veja a entrevista completa
“A Praça é minha”, dispara Carlos Alberto
Falou em A Praça é Nossa vem a imagem de Carlos Alberto de Nóbrega sentado no banco, lendo jornal. E durante sua participação do podcast Flow News, comandado por Carlos Tramontina, o apresentador do SBT falou sobre a possibilidade de ser substituído.
“Se alguém da direção do SBT falar assim: ‘Carlos, vai dar uma descansada e vamos colocar fulano lá no banco’. O que você fala?”, questionou Tramontina, que foi rebatido imediatamente: “Peço demissão e vou embora. Aquela Praça é minha, ninguém põe a mão”, afirmou Carlos Alberto.
Em seguida, o apresentador do podcast questionou: “E ela é sua porque era do seu pai?”. Sem papas na língua, o entrevistado afirmou: “Por merecimento, modéstia à parte. Porque meu pai morreu muito cedo. Eu tenho mais anos de televisão do que meu pai teve de vida. Por isso não gosto de comparar A Praça da Alegria com A Praça É Nossa. Ele fez por 14 anos o programa, eu estou fazendo há 37”, pontuou, antes de completar:
“Então, modéstia à parte, o mérito é meu. Eu briguei, eu escolho o comediante, eu faço teste, lancei uma porção de gente. Essa garotada toda que tô criando, tô botando [no programa], eu tenho um carinho louco por eles, eu brigo por eles”, disse.
Carlos Alberto de Nóbrega também falou sobre a troca de apresentadores: “Então, ninguém faria, nem meu filho faria com o amor [que eu tenho]. Porque tem que ter amor àquilo que você faz. Eu tenho tesão por trabalhar. Eu quando saio de casa, eu não vou trabalhar, eu vou fazer A Praça”, definiu.
Em outro momento do bate-papo, o apresentador recordou os momentos difíceis que passou durante a pandemia do coronavírus, período no qual ficou impedido de ir ao SBT, e contou que na época teve o primeiro desentendimento com um dos diretores:
“Na pandemia, foi a primeira vez, que eu me lembre, dos 37 anos de carreira, que eu dei uma dura no diretor da emissora. Porque eu tava louco pra voltar, mas o Silvio não deixava. Ele proibiu a minha entrada no SBT (risos)”, recordou.
E continuou: “Eu comecei a gravar dois quadros na porta de casa e esse diretor disse: ‘Carlinhos, vamos fazer uma coisa, vamos pegar uma pessoa…’. Eu falei ‘nem termina. Essa Praça é minha. Ninguém vai sentar nesse banco’”, encerrou.