As vendas no varejo pet cresceram bem mais do que o esperado. O balanço de 2022, divulgado recentemente pelo Instituto Pet Brasil (IPB), constatou que o faturamento do setor cresceu 16,4% no ano passado, chegando aos R$ 60,2 bilhões. O índice supera a projeção anterior, feita a partir de dados do terceiro trimestre, que era de 15,8% (o equivalente a R$ 59,9 bilhões).
O Instituto Pet Brasil, instituição que há 10 anos estimula o desenvolvimento do setor pet brasileiro, divulga trimestralmente projeções do faturamento anual.
“Havia uma expectativa pela aceleração ainda maior na segunda metade do ano, com a melhoria da inflação e do Produto Interno Bruto no país. Os números apresentados nesse fechamento confirmaram essa expectativa”, explicou o presidente do Conselho Consultivo do IPB, Nelo Marraccini, destacando que o crescimento acompanhou a tendência do setor para 2022.
O segmento de Pet Food, que abrange a venda de alimentos industrializados para animais de estimação, fechou o ano com um faturamento de R$ 33,7 bilhões (56% do total), conforme indica o levantamento. O maior segmento do setor teve o segundo maior crescimento, ficando atrás somente de Pet Care, que aumentou 20%.
Já a venda de animais de estimação feita por criadores especializados projetou a movimentação de R$ 6,3 bilhões (10,4% do faturamento total e alta de 11,3% em relação a 2021), ficando em segundo lugar. Em seguida, está o segmento Pet Vet — a venda de medicamentos veterinários — com R$ 5,9 bilhões (9,9% do faturamento do mercado), serviços veterinários e serviços gerais.
Pet shops e clínicas veterinárias movimentam o mercado
Com o índice de 48,7%, os pet shops pequenos e médios representam cerca da metade de todo o dinheiro movimentado pelo varejo pet. Esse canal de acesso, que contou com um aumento de 17,9%, projeta faturamento de R$ 29,3 bilhões no ano.
Já as clínicas e hospitais veterinários se mantiveram como segundo principal canal de acesso aos produtos e serviços, conseguindo o aumento de 17,3% em relação a 2021. Com R$ 10,8 bilhões, eles representam 18,1% do faturamento total.
O Instituto Pet Brasil ainda constatou que o e-commerce pet, que representa 6% do mercado, tinha R$ 1,44 bilhões de faturamento em janeiro de 2020 e chegou aos R$ 3,60 bilhões no final de 2022. O aumento foi de mais de 150%.
Marraccini avaliou as projeções para este ano. “Para 2023, as previsões indicam uma maior cautela, devido às instabilidades econômicas e prováveis alterações nas legislações que alavancaram o comércio e serviços, além da discussão ainda sem previsões sobre o término da reforma tributária. Esses pontos preocupam os players do Setor e indicam um ano com crescimento inferior aos anteriores.”
