Fernando de Noronha, em Pernambuco, acaba de registrar um recorde preocupante: a captura do maior peixe-leão do mundo, com 49 cm. O gigante invasor foi fisgado no Parque Nacional Marinho pela Sea Paradise, parceira parceira do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) de Fernando de Noronha.
O feito inédito, embora impressionante, expõe a ameaça crescente do peixe-leão no arquipélago. Segundo Pedro Pereira, coordenador do Projeto Conservação Recifal, o crescimento expressivo da espécie na região indica a alta disponibilidade de alimento para esse predador, o que compromete a biodiversidade local.
“Isso representa que os peixes-leão em Noronha realmente estão crescendo muito, porque eles têm bastante presa, entre os alimentos estão os peixes locais. Então, isso é bem preocupante, devido aos impactos que eles podem causar na biodiversidade de Noronha”, afirmou Pedro Pereira.
Originário do Indo-Pacífico, essa espécie voraz se alastrou pelo Atlântico, chegando ao Brasil em 2014 e à Noronha quatro anos depois.
Uma única fêmea libera até 30 mil ovos por vez, e um peixe-leão pode comer até 20 peixes em 30 minutos. Para conter a invasão, ICMBio e voluntários removem os predadores continuamente. Mais de 1.200 já foram retirados.
Cerca de 200 capturas já foram realizadas em 2025. O maior exemplar foi capturado pelo mergulhador Fernando Rodrigues, da operadora de mergulho Sea Paradise, que também atua no monitoramento e controle da espécie.
Fernando lamenta o “triste recorde”, reflexo da adaptação do invasor: “Podemos dizer que é um recorde triste, pois confirma o quanto esses bichos estão adaptados ao ambiente marinho de Noronha”, explica Rodrigues.
A chefe do ICMBio de Fernando de Noronha, Lilian Hangae, destacou a importância da capacitação de mergulhadores para ampliar o controle da espécie na ilha. “Precisamos de mergulhadores capacitados para essa luta”, reforçou.
