No Brasil, o inverno começou nessa quinta-feira (20/6). Por conta do frio da estação, há quem passe mais de três dias sem lavar o cabelo. Além do couro cabeludo ficar mais oleoso, você sabe quais são as outras consequências desse hábito? A coluna Claudia Meireles conversou com duas especialistas para entender os efeitos da prática.
Karine Cade e Karla Lessa explicaram se existe ou não uma regra em relação à periodicidade de higienização dos fios. Ao responder ao questionamento, a médica Karla frisou: “Depende”. “A frequência ideal de lavagem varia de acordo com o tipo de cabelo e o estilo de vida de cada pessoa”, pontuou.
Membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBDC), Karine pontua que algumas condições também impactam a periodicidade de higienização dos fios e “podem exigir uma lavagem mais frequente”. Entre os fatores citados pela médicas, estão estilo de vida, prática de exercícios, exposição à poluição, uso de produtos capilares como gel, mousse e fixador, além das condições climáticas.
De acordo Karine Cade, passar três dias ou mais sem lavar o cabelo e o couro cabeludo pode acarretar uma série de condições prejudiciais para a região, o que inclui desde o acúmulo de oleosidade, a proliferação de fungos e bactérias, a obstrução de folículos capilares, o surgimento de caspa até o ressecamento dos fios e o mau cheiro.
Confirmando o ponto de Karine, Karla detalha que ficar muitos dias sem lavar as madeixas contribui até para o aparecimento de doenças, a exemplo da dermatite seborreica: “Esse acúmulo de sebo, células mortas, suor e resíduos de produtos capilares pode levar ao aumento da oleosidade, causar coceira, mau cheiro e, em alguns casos, desencadear ou piorar problemas como caspa e dermatite seborreica”.
Conforme ressalta a médica Karla Lessa, o excesso de oleosidade no couro cabeludo resultante da falta de lavagem pode obstruir os folículos capilares e, assim, favorecer a queda de cabelo. Em concordância, Karine explica que a ausência de higienização na região tende a causar o acúmulo de células mortas e resíduos de produtos.
Com a concentração exagerada de resquícios no couro cabeludo, os folículos pilosos acabam sendo obstruídos e, consequentemente, o crescimento saudável das madeixas será afetado negativamente. “Isso pode até levar à queda de cabelo ou foliculite capilar”, prosseguiu Karine.
Segundo as médicas, a oleosidade do couro cabeludo também tende a afetar o ressecamento dos fios. “Apesar da raiz oleosa, o sebo acumulado pode impedir que as pontas recebam a oleosidade natural, tornando-as ressecadas, frágeis e quebradiças”, esclareceu Karine Cade. Quanto à higienização, Karla reforça: “É importante adaptar a frequência [de lavagem] às necessidades individuais”.
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